A Polícia Federal informou em coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (17) que havia 70 mil cabeças de gado na área indígena de Maraiwatséde, avaliadas em R$ 210 milhões.
Para explorar o gado no local, os ruralistas pagavam propina de R$ 900 mil ao cacique indígena Damião Paidzané. A propina começou a ser paga em 2017 numa média de R$ 250 mil e passou a ser reajustada anualmente atingindo o patamar atual de R$ 900 mil.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, a estimativa é que a propina ao cacique indígena chegaria a R$ 1,5 milhão. De cada propina paga, 10% era entregue ao coordenador da Funai (Fundação Nacional do índio) lotado em Ribeirão Cascalheira (881 km de Cuiabá).
O delegado da Polícia Federal lotado em Barra do Garças (411 km de Cuiabá), Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira, revelou que o gado deverá ser retirado do local em breve para evitar prisões.
“Esse gado deverá ser removido no prazo de 45 dias sob pena de prisão. Ali é uma área demarcada por tradição indígena e não para ser explorada economicamente”, disse.
A Operação Res Capta deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (17) mobilizou 50 policiais federais a participar da ação para cumprimento de três mandados de prisão, sete mandados de busca e apreensão e sequestro de bens, duas ordens judiciais de afastamento de cargo público, duas ordens judiciais de restrição ao porte de arma de fogo e outras 15 medidas cautelares diversas da prisão nas cidades de Ribeirão Cascalheira e Barra do Garças.
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Mariazinha
Quinta-Feira, 17 de Março de 2022, 15h56EXECUÇÃO
Quinta-Feira, 17 de Março de 2022, 13h48