A juíza Amini Haddad Campos, titular do Juizado Especial Criminal de Várzea Grande, lançou em Brasília a campanha nacional Pró-equidade de Gênero, da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). A ação ocorreu durante a abertura do XI Encontro Internacional de Escritoras, realizado entre os dias 13 e 17 de março, no Museu Nacional da República.

A campanha da AMB, que já foi lançada em Mato Grosso e no Ceará, tem por objetivo conscientizar a população sobre a igualdade de gêneros em vários aspectos, como carreira (salário, emprego e promoções) e também combater os crimes que são praticados contra as mulheres, como violência doméstica, tráfico para fins de prostituição e turismo sexual.

Após explicar as propostas da campanha, a juíza Amini Haddad Campos, que é diretora da Secretaria de Gênero da AMB, foi convidada pela escritora africana Fátima Langa, de Maputo, Moçambique, a visitar o seu país para fomentar as diretrizes da ação. A escritora parabenizou a magistrada pelo discurso humanista e pelo relato histórico sobre a realidade das mulheres no mundo. Elogiou ainda a iniciativa da AMB.

Segundo a magistrada, outras escritoras, de todo o Brasil e do mundo, ressaltaram a importância da campanha nacional da AMB, “em razão das realidades sociais ainda impingidas e prescritas ao feminino”. Amini explica que a campanha atingirá estados como Espírito Santo (28/03), São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros, que ainda não tiveram a data agendada.

Dados apresentados pela juíza mostram que o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking mundial no número de assassinatos de mulheres por seus companheiros e ex-companheiros (violência doméstica e familiar). O país também é o 1º colocado das Américas no tráfico internacional de meninas (dados da OEA/2013), além das situações de desvalorização no mercado de trabalho, com salário em média de 50 a 30% menores quando ocupam a mesma função e com a mesma carga horária dos homens.

Além do discurso proferido na abertura do evento, a juíza ministrou palestra intitulada “Mitos Literários sobre a Mulher – Criação Passada, Revisão e Reconstrução Presente”.