Sábado, 15 de Fevereiro de 2025, 17h13
FECHADA HÁ 3 ANOS
Projeto arquitetônico da Igreja São Benedito é protocolado
ANA JÚLIA PEREIRA
Gazeta Digital
Fundada em 1722, próximo ao Córrego da Prainha, a Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito foi tombada pelo Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) em 1987. Estabelecida como patrimônio cuiabano, o templo passou por duas grandes reformas e está fechada desde 2022 devido a problemas estruturais. Fiscalização na construção encontrou a fragilidade do piso, diversas rachaduras nas paredes e riscos desabamento do telhado que a interditou para missas e visitação. O fechamento já dura 3 anos e o projeto arquitetônico, protocolado essa semana, agora segue para aprovação.
Com estética barroca e rococó, altares talhados em dourada e prateada, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito sofre com o abandono das autoridades responsáveis e segue sem previsão de reabertura ao público.
Criado em família devota a São Benedito, Pedro Henrique Coelho, 24, conta que frequenta a igreja desde quando nasceu. A presença continua nas celebrações fez com que se engajasse nas ações religiosas e hoje ele atua no ministério de música e na pastoral da comunicação. Ao , ele mostrou com detalhes como a igreja está em seu interior.
Fechada desde maio de 2022 pela Defesa Civil, a igreja sofre com umidade e infiltração nas paredes. Além disso, algumas obras apresentam rachaduras que comprometem sua estrutura, devido aos cupins que corroem os pilares.
“Em 2006, teve uma grande reforma aqui e cavaram tudo, levaram a terra para fazer um estudo e não voltaram com ela. No lugar, colocaram essa madeira, que não é apropriada para esse tipo de solo, porque ela não aguenta a umidade. Era um problema que só estava se agravando, e aí chega um momento que não teve como sustentar”, lembra.
Ao lado da igreja, há uma pequena capela construída pela comunidade negra, que é onde os escravos podiam manifestar a sua fé. Naquela época, eles não podiam participar das celebrações da igreja com as pessoas ricas da cidade. O espaço também abriga um singelo altar, com uma sacristia e uma imagem de São Benedito com uma criança em seu colo, produzida por volta de 1730.
O local é mantido com o mesmo piso de quando a igreja foi fundada, mas, segundo Pedro, o material é "sobrevivente" não só da ação do tempo e dos cupins, mas também dos alagamentos causados pelas goteiras no telhado. “Em épocas de chuva, esse espaço fica repleto de água, alaga tudo”, conta.
Para que a igreja passe por reforma, é necessário que seus projetos sejam aprovados pelo Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) e pela Defesa Civil por se tratar de um patrimonio histórico da Capital, que necessita de empresa especializada.
“Primeiro, foi realizado um projeto patológico que vai constatar todos os problemas estruturais da igreja. Essa patologia demora bastante por ser um trabalho minucioso. Com a aprovação do Iphan, começa o projeto arquitetônico, que foi protocolado essa semana, inclusive. Nele consta tudo que será feito para restaurar a igreja, as principais mudanças estão na acústica e no sistema de ar condicionado da igreja”, explica.
A mudança na acústica é necessária por se tratar de um prédio antigo e sensível. Por isso, o som não pode ser potente ao extremo. Já a instalação do ar-condicionado será feita pelo chão, mantendo a temperatura fresca em até dois metros de altura para não prejudicar e umedecer os altares.
“O valor da reforma foi estimado em R$ 6 milhões em 2022, mas não sabemos em quanto este valor está atualmente. Já foi aprovado um orçamento do governo do Estado para as obras, mas o valor está congelado porque o projeto precisa de aprovação”, explica.
“Nós estamos esperando há 3 anos, não foi lentidão da igreja, que inclusive sempre esteve atenta a esse processo de reforma, mas como tudo no Brasil, tudo é muito moroso e demora bastante”, justifica.
Pedro relata que antes do fechamento da igreja, era possível perceber os problemas estruturais, mas foi apenas após sua interdição que, de fato, o dano real foi exposto. “Algumas janelas já estão todas comidas por cupins. Se você pressionar, elas caem. Não se pode mais subir nas escadas porque o risco delas não suportarem o peso é muito grande”.
A restauração dos altares será o mais minucioso, devido ao seu estilo barroco e rococó. Será necessária a contratação de um profissional especialista neste tipo de restauro, que não há no estado. “Depois da aprovação desse projeto e recebimento do recurso, nossa estimativa é de que a reforma seja concluída em um ano e meio há dois anos”, afirma.
Com o fechamento da igreja, as missas estão sendo realizadas no salão paroquial aos fundos do prédio. “Quando nós mudamos para lá foi bem estranho, porque saímos de uma igreja bonita, com as paredes de altares todos ornamentados, para um salão com as paredes brancas, sem vida”, relata.
A esperança de Pedro Henrique e de todos os fiéis devotos a São Benedito é que a igreja seja reformada o mais rápido possível, para que as multidões que costumavam assistir às missas, seja às 5h ou às 19h, retornem ao local.
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