Terça-Feira, 15 de Outubro de 2019, 20h00
DÉBITO GIGANTESCO
Energisa assume dívida de R$ 550 mi e negocia pagamento com Estado
Concessionária explica que débito é oriundo do Grupo Rede
Da Redação
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), afirmou hoje (15), durante audiência pública, que a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da Energisa vai aprofundar nas análises das contas, dos atendimentos e na redução de investimentos que a concessionária vem executando em todo o Estado.
“A CPI vai levar tudo que for apurado para a Aneel. Não acho que seja surpresa a criação da CPI para investigar a concessionária. Acho que não é surpresa. Surpresa é ficar desatento a tantas reclamações que tem. A insatisfação é generalizada. A Energisa não pode tratar o povo com desprezo”, disse Botelho.
O diretor-presidente da concessionária de Distribuidora de Energia S.A, Riberto José Barbanera, afirmou que a empresa foi pega de surpresa, mas vai prestar todos os esclarecimentos que forem solicitados pela CPI. “Não há nada a esconder pela concessionária. O Grupo Energisa está há 114 anos operando no setor elétrico brasileiro. Nenhuma empresa se sustenta por tanto tempo se não for séria”, disse.
Em todo o Estado existem mais de 1.400 de unidades consumidoras. A Energisa está em Mato Grosso desde 2014, e nesse período de quatro anos já fez um investimento que chega a quase R$ 3 bilhões. Hoje a empresa, segundo Barbanera, tem mais de 2.500 funcionários, sem contar os terceirizados.
De acordo com Barbanena, a energia elétrica cobrada em Mato Grosso é a 23ª mais cara de todo o país. “Tem 22 concessionárias no Brasil praticando uma tarifa mais cara que a Energisa de Mato Grosso. Aqui, o Estado é muito grande e a população é pequena, por isso a tarifa da energia tem que ser rateada entre os consumidores, isso acaba encarecendo o preço final da energia”, explicou o diretor-presidente.
Ele descartou a possibilidade de o Estado reduzir em curto prazo o valor da energia cobrado em Mato Grosso. Segundo Barbanena, a revisão da tarifa acontece a cada cinco anos, e a última foi feita em 2018, e a próxima será em 2023.
“De 2019 a 2022, a concessionária aplica índice de reajuste de inflação aqui (INPC). A Energisa é apenas um agente arrecadador, se o ICMS for reduzido há uma possibilidade de curto prazo. Mas no que compete a Energisa-MT, em 2023, existe uma possibilidade. Antes disso a correção é feita pela inflação”, disso Barbanena.
Questionado sobre a possível dívida de R$ 800 milhões que a Energisa tem com o Estado, Barbanera afirmou que dívida é hoje de R$ 550 milhões. A dívida é de 2009 a 2013, portanto antes de a Energisa chegar em Mato Grosso, em 2014. Segundo ele, a dívida é da Cemat que era controlada pelo Grupo Rede e sob a intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo o diretor-presidente, em 2009, houve uma liminar proferida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso impedindo a cobrança de ICMS sobre a demanda de grandes clientes industriais.
“Diferente da residência, as grandes indústrias pagam pelo consumo e paga pela demanda, e a decisão liminar proibiu a cobrança em cima da demanda. A empresa ficou cinco anos sem fazer isso, obedecendo a liminar, até que a mesma foi derrubada, quando a empresa voltou a cobrar. Não era uma divida da Energisa e nem da Cemat. A dívida era dos grandes clientes que tiveram uma energia utilizada e não pagaram o ICMS”, disse Barbanera.
De acordo com o diretor-presidente da Energisa, as empresas são ligadas a “Federação das Indústrias de Mato Grosso. Desde 2016, a Energisa está negociando com o Estado a quitação dessa dívida de forma administrativa. A Energisa tem que cobrar dos clientes e repassar o ICMS para o Estado. São dívidas que têm mais de cinco anos e prescreveram. A Energisa está discutindo a melhor forma de fazer isso. Mas fomos surpreendidos com a judicialização disso pelo Governo do estado”, explicou.
O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Estado de Mato Grosso, Dillon Caporossi, afirmou que é contra os aumentos abusivos na conta da energia elétrica em Mato Grosso. Em 2014, quando a Energisa chegou no Estado, a empresa tinha 3.200 trabalhadores (próprios e terceirizados). Nesse ínterim, o quadro funcional foi reduzido para 3.250 funcionários. Em 2018, a Energisa obteve um lucro da ordem de R$ 427 milhões.
“As redes de distribuição elétrica aumentaram mais de 70 mil quilômetros. Como você atende isso, diminuindo o número de trabalhadores. Por isso, a população está revoltada. Os trabalhadores da Energisa sofrem ameaças até com arma de fogo, como se fossem o culpado dessa cobrança abusiva”, disse.
Caporossi entregou para o presidente Eduardo Botelho documentos que relatam que os funcionários da Energisa estão sendo ameaçados. No polo Coxipó, um cliente foi armado na agência. “Isso não justifica, forçando as equipes o atenderem. Até hoje a Energisa não tomou nenhuma providência. Está brincando com a vida das pessoas. Não vamos aceitar isso”, disse.
A secretária adjunta dos Direitos do Consumidor do Procon/MT, Gisela Simona, afirmou que a Energisa continua sendo a empresa mais reclamada junto ao órgão de fiscalização. De acordo com Simona, somado os Procons estadual e os municipais têm mais de 19 mil reclamações – números relativos ao período compreendido entre 2018 até o último dia 30 de setembro.
“A maior reclamação é pela má representação dos serviços e também o setor regulatório que acaba sendo protetivo para o mercado de energia elétrica. Nesse caso, há algumas inconsistências na hora da exigência do código de proteção do consumidor. Um dos exemplos é o grande número de faturas por média. Por isso há um acúmulo de consumo, gerando prejuízo ao consumidor”, destacou.
Questionada sobre o que mais pesa na fatura da energia elétrica ser o Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), Gisela Simona disse que “esse imposto é escalonado e por isso há uma necessidade de o Estado revê-lo, porque a faixa que pega o maior grupo da população gera uma incidência de 25% de ICMS, o que pesa para o consumidor”, destacou.
O presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso - Ager/MT, Fábio Calmon, disse que nenhum consumidor da energia em Mato Grosso está contente com o serviço prestado pela atual concessionária. Se o tivesse, a Assembleia Legislativa não teria criado uma CPI para apuras possíveis denúncias feitas pelo Procon e pelo Sindicato dos Urbanitários de Mato Grosso.
“A Ager tem um convênio com Aneel, que é o órgão competente para regular o valor da tarifa da energia. Mas a Ager fiscaliza os serviços prestados pela Energisa em todo o estado. Infelizmente, a agência tem um corpo técnico de apenas três analistas reguladores para todo o estado. Por isso, a Ager precisa unir forças para com o Procon e com a Assembleia Legislativa para trazer isso a limpo”, diz
Bortoloti | 16/10/2019 09:09:55
Isso tudo é devido uma suposta nova eleição pra senador? Infelizmente, o pior é que o povo ainda acredita nesses blá blá. PolÃticos neste paÃs ninguém pode acreditar. Multinacional sendo acuada por deputados? Faça me rir
EmÃdio de Souza"Major PSL | 16/10/2019 07:07:50
Associação denuncia ao MPE fraude de R$ 600 mi de empresa em MT 25/04/2016. Seis entidades representadas por meio da Associação Comunitária de Habitação do Estado de Mato Grosso (ACDHAM) protocolaram, na tarde desta segunda-feira (25), denúncia crime contra a antiga concessionária de energia elétrica, Rede Cemat. Eles apontam que o grupo tenha “embolsado” cerca de R$ 600 milhões oriundos de recolhimento de impostos. O grupo esteve no Ministério Público Estadual (MPE – MPF). requerendo interferência do órgão para que o valor citado seja repassado para o governo do Estado. “O estado deixou de arrecadar esse valor que poderia ser aplicado na área social, como no atendimento de pessoas que não possuem moradia”, apontou o Diretor presidente da ACDHAM, EmÃdio Antonio de Souza. A representação, além de acusar de apropriação indevida da antiga Rede Cemat, também acusa a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de, em tese, ter sido omissa aos crimes de "apropriação indédita e prevaricação" por não ter fiscalizado a retenção do imposto ICMS cobrado dos consumidores e não repassado ao Estado de Mato Grosso. A associação aponta que somente os municÃpios de Cuiabá e Várzea Grande existam 65 mil famÃlias sem casa própria, sendo que 60% dessas possuem renda menor que de um salário mÃnimo e que poderia ser contemplado pelo programa Minha Casa Minha Vida, do governo Federal. EmÃdio ressalta que o valor não repassado poderia servir de contrapartida do Estado para a aquisição de novos terrenos para construção das habitações sociais através do programa. A Rede/Cemat é hoje uma empresa do grupo Energisa, na ocasião os polÃticos não deram a mÃnima para denuncia, cera que vão esperar prescreve.
Roberto | 16/10/2019 06:06:03
Pizza.....
Kharina | 16/10/2019 01:01:45
Se a Energisa não resolver de uma vez por todas o despautério das minhas contas que eu hoje abri sindicância mais uma vez pela milésima esse ano o bico vai pegar. Eles estão fazendo quem eles querem de gato e sapato mandando valores absurdamente sem nexos sem justificativa e eu já avisei baseado pela correição de contador e advogado que só neste ano A Energisa deitou e rolou as minhas custas. Agora por fim caiu totalmente em contradição mandando uma conta de quase 500 reais sendo que eu não tenho nem um cachorro para criar não consumi nada a mais e eles não trabalharam com bandeira vermelha. Mesmo que todas as alegações não fosse verÃdicas como são não tem cabimento. Eu sei bemmmmm quem são os que estão por trás da tal Energisa. Oh saudade da Cemat. Tudo que privatizar no Brasil até hoje virou isso. Bagunça geral. E eles ainda se recusam a te fornecer via email ou sms ou watts os seus protocolos, a sua ligação que é gravada bem como documentalmente a alegação que eles estão corretos e não o consumidor. Meu irmão que é Ouvidor da Defensoria sabe disso e me confirmou o que eu já sabia. Energisa a campeã de ações movidas na Justiça. Mas fazer gato e não cortar a energia pode! Peço uma força tarefa sem lentidão dos órgãos competentes por que se a Energisa cortar a minha luz ah eles já estão avisados que comigo o buraco é bem mais embaixo. Eles que não se retratem. Não sou refém tão pouco pilantra de seu ninguém. Meu ganha pão é honesto assim como outros milhões de cidadãos. Espero sinceramente ser atendida. Porque sei que alem de certa e no meu direito esse povo brinca com a cara do povo e querem cobrar até o ar quê por enquanto nesse Brasil é de graça. Grata.
Raimundo | 15/10/2019 21:09:33
Enquanto um cidadão que deve um real para a Energisa é triturado com desrespeito e coação para pagar a energia ou é cortada, a Energisa pode dever 550 milhões para um Estado falido. O Brasil é um paÃs realmente injusto e imoral.
maximiliano pires | 15/10/2019 20:08:59
só uma dica para essa CPI esse presidente da ager é um mentiroso de primeira categoria, vai fundo CPI e vocês descobrirão que ele esta mentindo, procure saber porque a ager não faz direito o serviço dela.
Eliane | 15/10/2019 20:08:50
Está explicado tanta pressão em cima da Energisa, o Estado quer receber os 550 milhões e colocou o Botelho para pressionar! Viram como é a jogada deles, violenta não? Não estou dizendo que a Energisa é Santa, mas tudo tem um porquê!
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