Economia

Domingo, 04 de Maio de 2025, 08h19

DESENVOLVIMENTO

Incentivos fiscais impulsionam investimentos e empregos em MT

Da Redação

 

O Relatório Anual de Desempenho dos Programas de Incentivos Fiscais de Mato Grosso referente ao exercício de 2024 revelou, mais uma vez, a eficácia das políticas públicas de fomento à economia estadual. Para cada R$ 1 de renúncia fiscal concedida, R$ 2,24 retornaram em forma de investimentos diretos pelas empresas beneficiadas pelos programas Prodeic, Proder e Proalmat.

No período de 2020 a 2024, a renúncia fiscal somou R$ 22,4 bilhões, enquanto os investimentos diretos ultrapassaram R$ 62,5 bilhões, o que representa um retorno de R$ 2,79 para cada R$ 1 concedido em incentivo.

“A relação do benefício concedido e o retorno em investimentos e empregos seguem positivos e essa é uma política que fomenta o crescimento dos setores industrial e agropecuário, modernização da infraestrutura produtiva, ampliação da competitividade regional e incremento indireto na arrecadação estadual”, destacou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.

Conforme o relatório, a Região Sudeste de Mato Grosso concentra o maior número de empresas incentivadas, com 2.463 inscritos, seguida pelas regiões Médio Norte (1.922) e Centro-Sul (1.019). O destaque da Sudeste se justifica pela infraestrutura consolidada e condições favoráveis à produção agroindustrial, além da posição estratégica para o escoamento de mercadorias.

Por outro lado, em volume de investimentos, a liderança é da Região Médio Norte, com R$ 3,47 bilhões aplicados em 2024, seguida pelas regiões Sudeste (R$ 2,63 bilhões) e Nordeste (R$ 2,5 bilhões). Essa injeção de capital fortaleceu a capacidade produtiva, modernizou instalações industriais e contribuiu diretamente para o fortalecimento das economias locais.

Os valores dos investimentos das empresas beneficiadas tiveram redução de 2024, atingindo R$ 12 bilhões, enquanto em 2023 foram de R$ 18 bilhões. Segundo o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Sílvio Rangel, isso ocorre porque os investimentos realizados pelas indústrias não seguem uma trajetória linear, ou seja, uma empresa não realiza aportes robustos todos os anos.

“Os investimentos industriais, especialmente os de grande porte, envolvem planejamento de médio e longo prazo, altos custos e, muitas vezes, períodos de maturação antes de gerar retorno. Ou seja, uma indústria pode investir fortemente em determinado ano na compra de máquinas, ampliação de estrutura ou modernização de processos e, nos anos seguintes, focar na consolidação desses investimentos e no aumento da produtividade com base na estrutura já instalada. Por isso, é natural que o volume de investimentos oscile de um ano para o outro, sem que isso signifique retração ou desinteresse, mas sim uma estratégia empresarial consistente”.

Resultados por programa

No Prodeic, o faturamento total de vendas internas e interestaduais das empresas incentivadas em 2024 foi de R$ 72,9 bilhões, com destaque para o crescimento na diversidade de produtos fabricados no Estado. As empresas incentivadas registraram 1.039 NCMs distintas, um aumento de mais de 51% em cinco anos. Produtos ligados a biocombustíveis e indústria alimentícia somaram mais de R$ 39 bilhões em vendas.

Já o Proder, voltado ao desenvolvimento rural, destacou-se com vendas interestaduais que ultrapassaram R$ 1 bilhão em 2024, um crescimento de 13,8% em relação ao ano anterior. As cadeias produtivas do gado bovino e do feijão foram os destaques.

No Proalmat, específico para a cadeia do algodão, registrou um faturamento de R$ 18,3 bilhões, 51,17% superior ao de 2023. A arrecadação do Fethab ligada ao setor alcançou R$ 376 milhões, com aumento de 62,1%.

A consolidação dos dados foi possível por meio do Sistema de Monitoramento de Benefício Fiscal (SIMBEF), lançado no final de 2024. A ferramenta digital permite o envio ágil e seguro de informações pelas empresas beneficiadas, promovendo transparência e eficiência no acompanhamento dos resultados.

Comentários (1)

  • Citizenship |  04/05/2025 11:11:42

    Este é o tipo de cálculo completamente inútil. Quando uma empresa faz um investimento para sua instalação, o que ela constitui é um patrimônio, composto por uma parte tangível (prédios, maquinários, etc) e outra parte intangível (tecnologia, marcas, etc). Acontece que este patrimônio é DA EMPRESA. Ele não representa bem para a sociedade ou para o Estado. Se a empresa, por qualquer razão, a qualquer tempo, decidir mudar para operar em outra região do planeta, nada desse patrimônio permanece. Então, para a avaliação do seu significado para Mato Grosso, o valor não deveria ser considerado. O que deveria ser levado em consideração é a arrecadação de impostos resultantes da atuação daquela empresa ou de seus funcionários (porcentagem arrecadada sobre a sua folha de pagamento). Além disso, ao valor diretamente investido na forma de recolhimento de impostos não realizados, há que se considerar outros custos que o Estado precisou fazer para oferecer condições para a atuação daquela empresa no seu território. Por exemplo: os investimentos em logística rodoviária. Ou seja: se a empresa se instalar, mas não houver rodovias para comercializar sua produção, ela não terá nenhuma chance de funcionar. E, é o Estado ou a União ou as prefeituras que precisam prover as vias para escoamento da produção. Então, esta é outra parte do custo de "incentivos" que as atuais formas de cálculo desprezam. Ou seja: este modelo de contabilização dos incentivos fiscais é absolutamento distorcido, não representando nada. Não que eu me oponha a que o Estado atue para atrair investimentos. Pelo contrário. Mas, que a forma de contabilizar seus efeitos e benefícios está errada, está.

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