Preço do etanol atinge recorde histórico em Mato Grosso e acumula reajuste 3 vezes superior ao da gasolina. Nos postos de Cuiabá, o litro de etanol hidratado custa em média R$ 3,94, podendo ser encontrado pelo mínimo de R$ 3,83 e máximo de R$ 4,19. Comparado com o mesmo período do ano passado, o biocombustível encareceu 34,93%, sendo repassado à época pelo valor mediano de R$ 2,92 (l), conforme levantamento de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Entre janeiro de 2024 e este mês, a gasolina acumula alta de 10,5% no varejo local, saindo da média de R$ 5,42 (l) para R$ 5,99 (l), aponta a ANP. Conforme verificado pela reportagem, a precificação do combustível fóssil na capital mato-grossense varia entre o mínimo de R$ 5,87 (l) até R$ 6,19 (l).  

Nas indústrias produtoras de etanol no estado, o derivado vegetal registra majorações semanais consecutivas, acumulando reajuste de 6,18% nas últimas 5 semanas. Repassado pelos fabricantes pelo valor médio de R$ 3,26 (l) na semana passada, registra cotação recorde, sendo que o preço mais alto atribuído ao produto havia sido alcançado em abril de 2023. Na época, chegou a ser comercializado por R$ 3,17 (l) pelas indústrias mato-grossenses, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP).  

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo), o preço do etanol em Mato Grosso foi impactado pelo aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias, Bens e Serviços (ICMS). A alíquota, anteriormente de 8,5% passou para 10,54%, sendo definida por meio de Lei Complementar (LC) publicada no dia 1º de janeiro de 2025. Com isso, a partir de fevereiro a gasolina e diesel também terão aumentos atrelados à mudança na alíquota, informa o sindicato. “No caso da gasolina e do etanol, a cobrança aumentará em quase R$ 0,10 (l), passando dos atuais R$ 1,37 para R$ 1,47 por litro, o que representa um acréscimo de 7,14%. Para o diesel e o biodiesel, a alíquota do imposto estadual subirá de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro, configurando aumento de 5,31%”, detalha o Sindipetroleo, por meio de nota, acrescentando que não houve reajuste oficial pela Petrobras mas os aumentos repassados pelas distribuidoras são transferidos para os custos operacionais nos postos.  

 “O preço é fruto de diferentes dinâmicas e as usinas não determinam o preço do combustível para o consumidor final”, comenta o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (BioInd), Giuseppe Lobo.