Um dos criminosos envolvidos no ataque à 60ª DP (Campos Elíseos), ocorrido em fevereiro deste ano, morreu em um confronto com policiais militares, na madrugada deste domingo (11), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A troca de tiros também causou a morte de um segundo suspeito.

Segundo a Polícia Militar, equipes do 15º BPM (Duque de Caxias) entraram em confronto com traficantes na Avenida Calombe, no bairro Figueira. Na ação, dois homens foram baleados, socorridos e encaminhados ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), mas não resistiram. As equipes apreenderam um fuzil, uma pistola, um rádio comunicador e drogas.

A corporação informou que um dos mortos é Ravel de Santana Xavier, que era considerado foragido desde 30 de dezembro de 2022 após evadir da prisão. Ainda de acordo com a PM, ele participou do ataque à 60ª DP, em 15 de fevereiro. A ação, que envolveu cerca de 15 homens armados, foi uma tentativa de resgatar Rodolfo Manhães Viana, o Rato, - apontado como chefe do tráfico na comunidade Vai Quem Quer - e seu braço direito Wesley de Souza do Espírito Santo, o Cabelinho.

A PM destacou que Ravel também era uma liderança da Vai Quem Quer. A corporação não divulgou o nome do segundo morto no confronto desta madrugada. A ocorrência foi registrada na mesma delegacia atacada há três meses.

Relembre o caso

Segundo as investigações, Joab da Conceição Silva, uma das lideranças do Comando Vermelho na região, foi o responsável pela ordem para que dezenas de traficantes invadissem a delegacia. A quadrilha liderada pelo traficante é considerada uma das mais armadas nas comunidades ao redor de áreas como Campos Elíseos, Jardim Primavera e Saracuruna.

O ataque deixou a fachada da distrital marcada por tiros. Viaturas também foram danificadas. Dois policiais ficaram feridos. Eles foram socorridos, levados ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Caxias, e receberam alta no mesmo dia.

Até o momento, mais de 13 suspeitos de envolvimento no crime morreram e mais de 40 foram presos. No dia 27 de abril, sete homens foram mortos em trocas de tiros com policiais civis na comunidade da Rua 7, em Duque de Caxias. Entre eles estava o chefe da comunidade e cunhado de Joab.

Também em abril, o Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou Deivid Rodrigues Barreto, o 2D, e Giliarde Sobescijanski Martins, o Gordinho ou Teleco, acusados de participar do crime, pelos crime de associação ao tráfico de drogas com o agravante do uso de armas de guerra.

Mandante foragido

Joab é considerado foragido desde que ganhou o direito do benefício de Visita Periódica ao Lar (VPL), em outubro de 2019, e não retornou ao Instituto Penal Vicente Piragibe, em Bangu, na Zona Oeste, onde cumpria pena.

Ele havia sido preso em 2012, fugiu em 2017 e foi recapturado em dezembro do mesmo ano. Em sua ficha criminal, constam 55 passagens pela polícia, por crimes como tráfico, associação para o tráfico, porte ilegal de arma, extorsão, roubo de carga e receptação.

Contra o traficante, constam dois mandados de prisão, sendo um pela Vara de Execuções Penais (VEP), com pedido de recaptura, onde fora condenado a uma pena de 16 anos, por tráfico de drogas, e outro pela 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias, em inquérito da 60ª DP, pelo crime de homicídio.

Em 17 de fevereiro, a Polícia Civil demoliu uma casa de luxo pertencente a Joab. O imóvel, no bairro Jardim Primavera, em Caxias, possuía uma extensa área de lazer, com piscina, parquinho e quadra. Na ação, duas pessoas que atuavam como "laranjas" do Comando Vermelho, em esquemas de lavagem de dinheiro para o criminoso, foram presas. Um depósito de bebidas suspeito de fazer parte do esquema também foi estourado.