Segunda-Feira, 10 de Agosto de 2020, 05h40
Pai provou que homem acusado de racismo tem esquizofrenia, diz delegado
METRÓPOLES
O delegado Luís Henrique Apocalypse Jóia, da Polícia Civil de São Paulo (PCSP), afirmou no início da noite desta sexta-feira (7/8) que o pai do contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto teria apresentado, segundo o boletim de ocorrência, um documento que atesta que o filho sofre de esquizofrenia.
Mateus Couto humilhou o motoboy Matheus Pires ao chamá-lo de semianalfabeto e lixo. Branco, o homem alegou também que o jovem teria inveja das casas do condomínio e da cor de pele dele. O episódio aconteceu no último dia 31 de julho, em um condomínio em Valinhos (SP).
“Constou-se no boletim de ocorrência que o pai teria exibido esse documento. Nós solicitaremos assim que houver a representação por parte da vítima, aí a gente vai checar ou não”, disse o delegado, em entrevista coletiva. Segundo ele, a pena máxima é de até três anos. O boletim de ocorrência foi registrado como injúria racial.
“Depende muito do laudo médico. Se constatar que ele [Mateus Couto] não tem condição de saber exatamente o que está fazendo, há uma medida de segurança, não seria a prisão. Mas isso a gente vai verificar assim que a vítima represente”, reforçou o delegado, ao evidenciar que só foi feito um boletim de ocorrência até o momento.
Entenda
As imagens viralizaram nesta sexta-feira (7/8) nas redes sociais. A ocorrência começou após a vítima, Matheus Pires, comentar com o contabilista que alguns motoboys reclamam da maneira hostil como são tratados toda vez que vão até a residência para fazer qualquer tipo de entrega.
“Você nem tem onde morar. Você tem inveja disso daqui [diz apontando para a cor do braço]. Eu pedi para ele [Matheus Pires] sair fora daqui, e não saiu fora. Moleque, moleque, você tem inveja disso daqui, você tem inveja dessas famílias aqui”, diz o homem, ao apontar para as casas do condomínio e, em seguida, para o antebraço, indicando a cor da pele.
O entregador, que usava máscara facial — ao contrário do agressor —, responde: “Eu posso ter a mesma coisa que o senhor. Quem te deu isso daqui? Foi seu pai?”. Em seguida, o contabilista aumenta o tom de voz: “Você nunca vai ter” e chama Matheus de semianalfabeto e mentiroso.
Gabriel | 10/08/2020 06:06:21
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