Sábado, 10 de Maio de 2014, 11h11
Vicente Vuolo
Mais médicos em Cuiabá
Vicente Vuolo
Uma dos assuntos mais preocupantes em nossa capital está relacionado, sem dúvida alguma, a questão da saúde: precariedade do pronto-socorro, demora no atendimento, longas filas para consultas e ausência de médicos.
E uma das perguntas que mais se ouve nas ruas é por que a capital mato-grossense é a única que não aderiu ao Programa \"Mais Médicos\" ?
É do conhecimento de todos que Cuiabá possui dezenas de bairros pobres, inclusive favelas, que colocam em risco a saúde de milhares de crianças, idosos, mulheres, muitas delas, grávidas.
Como não existe médicos com dedicação exclusiva nessas comunidades carentes, são exatamente eles, os pobres que sofrem, sem saber, de alguns males como diabetes e hipertensão e que hoje têm medicamentos distribuídos gratuitamente pelo governo federal.
O programa \"Mais Médicos\" foi lançado em 8 de julho de 2013 pela presidente Dilma Roussef com dois eixos:
O primeiro é fixar médicos, brasileiros ou estrangeiros, na rede pública de saúde de municípios do interior e nas periferias das grandes cidades. \"É do conhecimento de todos que Cuiabá possui dezenas de bairros pobres, inclusive favelas, que colocam em risco a saúde de milhares de crianças, idosos, mulheres, muitas delas, grávidas \"
O segundo é ampliar o curso de medicina em dois anos - proposta já flexibilizada pelo próprio governo frente a uma avalanche de críticas.
Após a primeira fase, destinada à inscrição de médicos formados no Brasil ou que já têm autorização para atuar no país para trabalharem nos locais onde há poucos profissionais ter atendido apenas 6% da demanda, é que foram abertas as inscrições para médicos que atuam no exterior.
Os médicos estrangeiros tiveram que passar semanas sob avaliação de uma Universidade antes de trabalhar. Os profissionais brasileiros tiveram prioridade no preenchimento das vagas ofertadas.
As vagas remanescentes foram oferecidas primeiramente aos brasileiros graduados no exterior e em seguida aos estrangeiros.
Para se ter uma idéia da importância do Programa \"Mais Médicos\", a jornada de trabalho será de 40 horas semanais, para as quais os médicos terão direito a uma bolsa de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde. Portanto sem ônus para o município. Ou seja, Cuiabá não pode se dar ao luxo de recusar uma programa do governo federal gratuito.
É lamentável que administradores públicos transformem um bom programa de saúde em luta partidária, numa politização no mal sentido. Ao contrário, deveria ser olhada exclusivamente a partir da vida das pessoas, das angústias, dos que sofrem com depressão, que precisam de prevenção, carinho, apoio.
A falta desse médico coloca em risco todos os dias a vida de crianças, idosos e trabalhadores das periferias. Esse médico, que queremos para Cuiabá, é o amigo que se pode confiar e contar todo dia, toda hora.
Porque ele tem necessidades que transcendem a atividade de trabalho, como todos. O médico tem filhos na escola, família também.
Cuiabá deveria estar seguindo o exemplo de muitas outras cidades que estão, com o apoio do governo federal, reformulando seus sistemas de saúde, integrando o Programa de Saúde da Família, com Unidades de Pronto Atendimento (que funcionam 24 horas por dia), com redes de postos de saúde ligados a Hospitais Especializados.
Há recursos e várias capitais estão se valendo deles. Porque será que Cuiabá ainda não tomou essa iniciativa? Se está faltando uma boa dose de mobilização social, é hora de organizá-la.
Cuiabá precisa sim dos \"Mais Médicos\". Aderir ao programa será um gesto acima de tudo , de solidariedade. O papel do médico está mudando. Ele é um membro da comunidade e humanista.
A medicina não consiste apenas em tecnologia, mas é, antes disso, envolvimento e confiança.
Nossa sociedade precisa se mobilizar para pressionar por melhorias rápidas e urgentes na saúde. Trazer para cá o programa \"Mais Médicos\" é um passo importante e necessário.
Não podemos perder mais tempo!
Mais Médicos para Cuiabá, urgente !
VICENTE VUOLO é cientista político e analista legislativo do Senado Federal.
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