Quarta-Feira, 07 de Fevereiro de 2018, 08h10
Victor Maizman
Na contramão do desenvolvimento
Victor Maizman
Na oportunidade da tramitação da chamada “PEC do Teto dos Gastos” perante a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, chamei a atenção através de um artigo enaltecendo o adágio popular de que havia o risco de que o excesso da dose do remédio poderia se transformar em veneno.
De fato, após análise pormenorizada do Poder Executivo quanto os impactos orçamentários da proposta de congelamento das despesas, chamou a atenção de que havia a preocupação de impor limites nas despesas estatais, sem contudo, minimizar o fomento ao desenvolvimento econômico do próprio Estado.
Todavia, a proposta original apresentada no Parlamento Estadual sofreu emenda, em especial para limitar à concessão de incentivos fiscais.
Pois bem, independente do fato de que tal limitador inibe o poder de atração de investimentos, uma vez que os Estados vizinhos apresentam incentivos fiscais mais atrativos do ponto de vista financeiro, também denota-se que a Constituição Federal não permite que leis orçamentárias sofram emendas sem ter o aval do Poder Executivo.
E no caso da regra que impõe limitador à concessão de incentivos fiscais no Estado de Mato Grosso, é certo que considerando que o mesmo foi aprovado através de Emenda Constitucional, não houve a anuência do Poder Executivo.
Nesse sentido, é importante salientar que os projetos de leis orçamentárias “latu sensu” são privativos do Poder Executivo, não cabendo à proposta se submeter a qualquer emenda por parte do Poder Legislativo.
Sem embargo quanto o vício formal decorrente da iniciativa para legislar sobre o assunto, depreende-se no caso vertente inequívoca violação ao Princípio da Separação dos Poderes.
No presente caso, considerando que é atribuição PRIVATIVA do Poder Executivo tratar sobre leis orçamentárias, mormente quanto o impacto decorrente da concessão de incentivos fiscais, tem-se que o limitador ora atacado tem o condão de violar o Princípio da Separação dos Poderes.
De salientar que os impactos financeiros no tocante a concessão de incentivos fiscais cabe apenas e tão somente ao Poder Executivo aferir, não podendo o Poder Legislativo impor regras orçamentárias tal qual pretendido.
Portanto, em atenção ao Princípio da Separação dos Poderes e, principalmente aos critérios republicamos assegurados na Constituição Brasileira, caberá ao Poder Judiciário a prerrogativa quando provocado, de afastar a aplicabilidade de qualquer regra normativa quando originada de vícios praticados, inclusive do próprio Poder Legislativo.
Aliás, essa regra de controle e harmonia dos Poderes que a doutrina jurídica chama de Sistema de “Freios e Contrapesos”.
Victor Humberto Maizman
Advogado e Consultor Jurídico Tributário, Professor em Direito Tributário, ex-Membro do Conselho de Contribuintes do Estado de Mato Grosso e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal/CARF.
Jhunnyor | 07/02/2018 15:03:01
Diante o estreitamento do crescimento das receitas tributárias oriunda de um setor privado ainda enfraquecido, em seu limite de suportar tantos impostos e encargos, torna-se, por obvia constatação, necessário reformar a estrutura de gastos crescentes do estado diante receitas estagnadas. Porém, é certo que, da mesma forma que é fundamental um limite para a despesa crescente é preciso também vir, necessariamente e concomitantemente, uma reforma tributária e burocrática a fim de se obter uma carga tributária menos pesada e custosa sobre os empreendedores e trabalhadores. Sem tal reforma tributária e burocrática, o sistema de “incentivo” fiscal torna-se necessário, como muleta, na manutenção competitiva das empresas. Infelizmente polÃticos ainda não perceberam que o estado deve ser do tamanho que os trabalhadores suportam e desejam pagar, para que estes possam se servir de algum serviço básico (saúde, segurança e educação básica), maior que isso, se inverte tragicamente a lógica e passa o estado (em prol de seus devaneios) antropofagicamente a se servir dos trabalhadores, criando mais do que nunca castas de privilegiados e desigualdade institucional e econômica.
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