A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, esclareceu o homicídio que vitimou o ex-jogador de futebol de salão Eurides Dias de Morais, de 54 anos, ocorrido na última quinta-feira (18) no distrito de Praia Grande, Várzea Grande. De acordo com as investigações, o ex-jogador foi atingido acidentalmente por um disparo de arma de fogo durante uma troca de tiros entre um policial militar, que havia sido vítima de uma tentativa de assalto, e criminosos.

A princípio, havia a informação de que a vítima jogava sinuca em um bar quando um homem chegou numa caminhonete no local, desceu e efetuou os disparos. Entretanto, durante as investigações, a Polícia Civil conseguiu identificar cerca de oito disparos de arma de fogo no local do crime e sete capsulas de pistola calibre 380 mm em cima de uma ponte fica a 58 metros de onde a vítima foi alvejada.

Posteriormente, os investigadores checaram junto às chamadas do Ciosp na data do crime e próximo ao horário do fato e constataram que um policial militar, por volta das 19h30, entrou em contato solicitando apoio, pois teria sido vítima de uma tentativa de assalto em cima da mesma ponte. Ele teria efetuado diversos disparos contra os bandidos, que também revidaram na tentativa de roubarem seu veículo.

Os bandidos teriam perseguido o PM em um veículo HB20 branco e, ao chegarem próximo à ponte, cercaram a caminhonete do militar. Em seguida, o policial freou o carro e efetuou disparos contra os suspeitos. Pela dinâmica de onde o policial se encontrava e o calibre da arma utilizada, os investigadores chegaram à conclusão que um dos disparos efetuados pelo militar atingiu o ex-jogador na região do olho.

“Dentro de 100% de esse disparo atingir nele, 99,9% era que tinha chances de não atingir e 0,1% é o que tinha chance de atingir. Porque entre a ponte e o local onde a vítima estava tinha paredes, árvores, troncos e várias outras coisas no meio do caminho. Então, a trajetória que tomou o disparo acertou exatamente o globo ocular do Eurides. Diante do que foi apresentado, leva a crer que a vítima veio a óbito por conta de uma bala perdida”, disse o delegado Marcel Oliveira em coletiva de imprensa.

A arma de fogo foi apreendida e o policial militar interrogado. Ele deve responder ao inquérito instaurado pela Polícia. Os investigadores também já ouviram três testemunhas e familiares da vítima.

O inquérito agora deve ser encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE).