O juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, acolheu a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) e tornou réus o coronel do Exército Brasileiro Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, o empresário Hedilerson Fialho Martins Barbosa, e o pedreiro Antônio Gomes da Silva, pelo assassinato do advogado Roberto Zampieri, de 56 anos, morto a tiros no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Ao mesmo tempo, o magistrado determinou a realização de "avaliação psicológica para aferirem suas personalidades".

Conforme as investigações da Polícia Civil, Etevaldo é apontado como o suposto financiador; Hedilerson o intermediário e Antônio o executor do crime, praticado no dia 5 de dezembro de 2023. O magistrado converteu a prisão temporária do trio em preventiva. 

Conforme o magistrado, a denúncia narra com perfeição a ocorrência apresentando indícios da autoria imputadas aos denunciados, principalmente dos depoimentos de Hedilerson e de Antônio. "Dessa forma, recebo a denúncia em desfavor de Antônio Gomes da Silva, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas e Hedilerson Fialho Martins Barbosa,, justamente por satisfazer os requusitos do art. 41 do CPP, até porque não vislumbro a ocorrência de nenhuma das hipóteses do art. 395 do mesmo diploma legal citado, ao menos neste momento processual", determinou o juiz. 

O magistrado ainda comentou que o crime foi cometido com frieza e planejado. "A periculosidade encontra demonstrada pela Frieza, inicialmente por ter várias vezes deslocado ao escritório da vítima, inclusive, ao menos em duas conversado pessoalmente com sua vítima, quando de forma bizarra passava como capelão/padre. Mas sua periculosidade mesmo encontra demonstrada no dia da execução do crime, eis que,o delito foi praticado em uma área de grande circulação de pessoas, em face da proximidade do próprio hospital São Mateus, além de um posto da Polícia Militar. Daí a razão da PM logo ter deslocado ao local do crime, sem mencionar que não se preocupou sequer com transeuntes", explicou.

No começo da semana, outra envolvida no assassinato, a empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo pediu na Justiça a devolução do seu passaporte, armas de fogo apreendidas, além do fim do monitoramento eletrônico. Ela chegou a ser investigada por ser a mandante do crime, mas não foi indiciada pela Polícia Civil.

Os pedidos ainda estão sob análise do Poder Judiciário de Mato Grosso, que ainda não tomou uma decisão sobre o caso, contudo o Ministério Público se manifestou favorável ao pedido da defesa. 

O CRIME

Roberto Zampieri foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, na Capital. A vítima estava dentro de uma pick-up Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo.

O atirador, identificado como Antônio Gomes da Silva, de 56 anos, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Já a suspeita de ser a mandante do crime, a empresária e farmacêutica Maria Angélica Caixeta Borges Gontijo, foi presa na cidade de Patos de Minas, no sudeste mineiro.

No momento da prisão, ela estava com uma pistola 9 milímetros, do mesmo calibre que o utilizado no homicídio do advogado. Hedilerson e Etevaldo também foram presos em Minas Gerais e transferidos para Cuiabá. A motivação do assassinato seria uma disputa de terras no Araguaia, região leste de Mato Grosso.