Em meio ao afastamento de dois vereadores por suspeita de corrupção e sob pressão do prefeito Abilio Brunini (PL), a Câmara de Cuiabá aprovou, com 22 votos a favor, a “extinção” da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), na sessão ordinária desta terça-feira (29). A proposta transfere para a ECSP a responsabilidade pela gestão da parte operacional da saúde, enquanto a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ficará focada na parte finalística, ou seja, na oferta de serviços à população.

Os vereadores Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL) foram afastados de suas atividades parlamentares pela juíza Edina Ederli Coutinho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) na Operação Perfídia, da Polícia Civil, que investiga o pedido de propina para a aprovação de matéria legislativa que possibilitou o recebimento de pagamentos devidos pelo município à empresa responsável pelas obras do Contorno Leste no ano de 2023.

Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no prédio do Legislativo, incluindo os gabinetes dos parlamentares. Além dos gabinetes, os policiais recolheram registros de controle de acesso ao prédio e imagens de câmeras de segurança referentes ao período de agosto de 2023 a agosto de 2024.

Mesmo diante do caos instalado no Legislativo, momentos antes, Abilio Brunini defendeu a urgência da pauta, principalmente na área da saúde. A Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) foi alvo de diversas operações da Polícia Civil durante o mandato do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). A extinção da empresa é mais uma “vitória” do atual gestor. 

Isso porque, Brunini já conseguiu reformular e reestruturar a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec) e as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações (Jaris), pastas que possuem servidores nomeados justamente pelo antigo gestor.  

Operação perfídia – A ação investiga um esquema de corrupção envolvendo vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no prédio do Legislativo, incluindo os gabinetes dos parlamentares. Além dos gabinetes, os policiais recolheram registros de controle de acesso ao prédio e imagens de câmeras de segurança referentes ao período de agosto de 2023 a agosto de 2024.