Terça-Feira, 17 de Junho de 2025, 17h35
SUSERANO
Empresário se afastou de antigos amigos após ascensão financeira
Informação costa em inquérito da PJC, com base em depoimento de um amigo
BRENDA CLOSS
Da Redação
O crescimento patrimonial acelerado do empresário Alessandro do Nascimento, alvo da Operação Suserano, não passou despercebido nem mesmo entre seus antigos amigos. Segundo depoimentos colhidos pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), ele teria se afastado de pessoas do seu convívio após alcançar um padrão financeiro que, nas palavras de um dos declarantes, "não era possível acompanhar".
A informação consta no em um dos depoimentos prestados por Edmar José da Silva, marido de Ivete Mandacari e amigo de longa data de Alessandro e de sua família. Edmar relatou que, nos últimos dois anos, a relação foi se enfraquecendo justamente pelo abismo que se formou entre os padrões de vida. “Pelo fato de não conseguir acompanhar o padrão financeiro de Alessandro nos últimos dois anos, passamos a nos distanciar”, declarou aos investigadores.
Ainda assim, o rompimento não impediu que Alessandro recorresse ao amigo na véspera da deflagração da operação policial. Segundo Edmar, no dia 23 de setembro de 2024, durante a noite, ele recebeu uma ligação via WhatsApp do empresário, que perguntou onde ele estava. Ao responder que se encontrava em seu apartamento, Alessandro disse que passaria lá.
O comportamento do empresário, segundo Edmar, não foi o de uma visita comum. Alessandro sequer subiu ao apartamento — o encontro ocorreu na garagem do prédio. No local, ele deixou dois caixotes plásticos pretos, informando apenas que “precisava viajar” e que, quando voltasse, buscaria os “papéis”.
Questionado pela PC, Edmar afirmou que não sabia qual era o conteúdo dos caixotes, mas que, ao manuseá-los, percebeu que havia pelo menos santinhos de campanha eleitoral. Edmar ainda declarou que Alessandro nunca havia deixado documentos ou qualquer tipo de pertence sob seus cuidados antes, e que naquele dia, parecia claramente “apressado”.
Após deixar os documentos na casa de Edmar, Alessandro também se valeu da loja Chilli Beans localizada no Aeroporto Marechal Rondon, da qual a filha de Edmar, Mariana Mandacari, é proprietária, para guardar objetos. Edmar relatou que foi surpreendido com uma ligação de Matheus Caique, funcionário de Alessandro e também investigado, informando que iria até a loja para buscar objetos que o empresário havia deixado lá.
Edmar afirmou que não sabia, até aquele momento, que Alessandro havia deixado qualquer pertence na loja administrada por sua filha. A situação se agravou quando, dias depois, foi informado por sua esposa que ela havia retirado o notebook da loja e levado para casa, onde o equipamento foi colocado “em cima das caixas” deixadas anteriormente.
No mesmo depoimento, Edmar revelou que Alessandro não escondia sua proximidade com figuras da política mato-grossense. Ele narrou que, durante um churrasco realizado para entrega de cestas básicas, Alessandro estava acompanhado do deputado estadual Carlos Avallone (PSDB). Segundo ele, o parlamentar, além de participar desse evento, “esteve presente na festa de aniversário de 15 anos da filha de Alessandro”.
Além disso, Edmar citou um episódio ocorrido poucos dias antes da operação, no dia 18 de setembro de 2024, durante uma reunião na sede da empresa Tubarão Sports. Na ocasião, funcionários cobravam de Alessandro informações sobre a entrega de kits de agricultura familiar. Diante das cobranças, Alessandro respondeu: “Ainda bem que eu só atendo sete deputados e não vinte e quatro”.
Segundo Edmar, Alessandro chegou a construir um galpão ao lado da residência de sua mãe, na Rua Clara Nunes, no bairro Santa Isabel, em Cuiabá, onde armazenava e distribuía os kits agrícolas contratados junto a prefeituras e órgãos públicos.
A Operação Suserano apura se houve prejuízo de R$ 28 milhões aos cofres públicos na compra de kits agrícolas com sobrepreço. A investigação aponta que parte dos kits foi entregue em cidades onde os deputados ou aliados eram candidatos nas eleições de 2024, o que levou a Polícia Civil a encaminhar o caso à Polícia Federal por suspeita de crime eleitoral.
Ze | 18/06/2025 11:11:09
Mato Grosso é terra de malandro. Depois do agro (malandros também, a grande maioria), é corrupção e polÃtica que comandam essa terra. Tudo em MT se resume a isso: dinheiro e poder. É por essas e outras que tá fadado a ser essa fazendona, um estado que o povo daqui não se dá conta de que somos a periferia da periferia. Saiu de MT, ninguém fala de "agro", "belezas naturais" e essas bobajadas ufanistas nossas.
JP | 18/06/2025 08:08:49
Tem que confiscar os bens desse malandro, cadeia nesse bandido!!!
Alberir Figueiredo | 17/06/2025 22:10:19
Eeeeeeeee Alessandro arrogante e soberbo. A BÃblia diz que a soberba e arrogância precede a queda. E vc caiu Alessandro. Esqueceu de onde saistes e as más amizades te levaram a ruÃna. Diácono Alessandro, pupilo do pastor Davi da Getsêmani. Braço direito financeiro da Getsêmani. Olha ai o que aconteceu.. Abre o olho pastor Davi.. Um já foi! Efeito dominó, já já vem mais atrás .. O bandido nunca anda só!
Thiago | 17/06/2025 19:07:55
Turma do instituto que assinava tão apavorados com medo da cadeia. PolÃcia apertar soltam tudo. Familiares e amigos ficaram ostentando com carrões e viagens.
JOSE SILVA | 17/06/2025 17:05:09
E PARA QUEM CONHECEU A TUBARÃO ESPORTES ANTIGAMENTE E O QUE É HOJE NO BAIRRO SANTA IZABEL. REALMENTE UMA DECOLAGEM FENOMENAL.
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