Política

Quarta-Feira, 19 de Março de 2025, 21h06

DEMITIDO

Ex-delegado denuncia 'policial do Tinder'

ALLAN MESQUITA

Gazeta Digital

 

Em um dos processos administrativos que resultaram na exoneração de Eric Fantin (PL) do cargo de delegado, o ex-candidato a prefeito de Brasnorte (587 km de Cuiabá) contesta a postura de um “colega” da corporação que teria vazado informações sigilosas e se apresentado como Polícia Civil para impressionar mulheres no “Tinder”, aplicativo de relacionamento e troca de mensagens.

Na sindicância apresentada à corregedoria da PJC, um policial do Núcleo de Inteligência, alega ter sido exposto por Eric Fantin nas redes sociais enquanto realizava a investigação de um ataque a tiros à casa do ex-delegado. A situação ocorreu em junho, durante o período da pré-campanha.

A documentação revela que o policial e outro agente da inteligência teriam se encontrado com duas mulheres por dois dias consecutivos em um bar da cidade. Em depoimento, elas alegaram ter sido abordadas enquanto conversavam no bar através de um bilhete enviado pelo do garçom.

Durante a madrugada, conforme a contestação, os investigadores teriam oferecido carona na viatura da polícia para as mulheres e revelado informações sigilosas sobre a investigação do atentado, insinuando que Fantin havia encenado o crime. “Estava na condição de candidato a prefeito de Brasnorte quando tomei conhecimento, através de uma testemunha, que um homem, se passando por Policial Civil da inteligência, estaria espalhando na cidade que eu teria forjado o atentado que sofri”, cita a contestação.

Uma das mulheres era conhecida do delegado e denunciou a situação para Fantin. “Ele falou que você não era quem aparentava ser, que você é malandro, esperto demais, falou que lá em Rondônia você foi praticamente expulso da corporação. Falou que eles estavam investigando o caso, mas que o caso estava cheirando armação, porque eles teriam acesso a todas as imagens das câmeras e o que eles viram as pessoas não poderiam ver, mas segundo ele estavam investigando ainda”, disse.

No depoimento, o investigador negou as acusações e disse que, durante uma conversa informal, fez algumas perguntas para uma das mulheres com intuito de "possivelmente colher algum tipo de informação que pudesse colaborar no trabalho". Na época, Fantin fez uma postagem nas redes sociais em busca de quem seria o “suposto policial” que estaria divulgando “informações difamatórias” contra ele. Em uma das publicações, uma seguidora do ex-candidato afirma ter sido abordada pelo investigador no Tinder.

No processo, ele afirma que a situação culminou em uma das 30 sindicâncias instauradas e utilizada para justificar sua exoneração, mesmo estando licenciado para disputar as eleições municipais. “Vejam, além dos absurdos a que se referiu a mim, que ele se identificava para mulheres no Tinder como Policial Civil e avisava quando iria para o local fazer investigação. Foi a conduta ilegal e imoral dele que causou toda essa problemática”, disse Fantin.

Conforme noticiou o , Fantin ingressou com um pedido de liminar na Justiça apontando supostas irregularidades no resultado do seu estágio probatório, período em que servidores públicos passam por avaliação para confirmar sua capacidade e aptidão para o cargo. 

No caso do delegado, que ocupava um cargo com salário de R$ 32 mil, a avaliação recomendou a demissão considerando processos administrativos abertos contra ele. Fantin alega estar sendo alvo de uma "perseguição política" e aponta irregularidades no procedimento.

O pedido para anular as sindicâncias foi negado. 

Comentários (3)

  • Willian |  20/03/2025 07:07:21

    Não vou entrar no mérito , mas será que este homem está bem mentalmente/ só rolo atrás de rolo

  • Saudade de CORONE CHUPA PIÇA |  19/03/2025 23:11:31

    O chupa pica aí vai ver coisas, parece uma novela a culpa é de bolsonario

  • Nortao |  19/03/2025 21:09:56

    Larga de frescura....pega um carrinho de picolé. E vá trampar....não é mais " otoridade" é um cidadão comum agora!!!

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