O juiz federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Criminal de Salvador (BA), negou mais um pedido de absolvição sumária feito pelo ex-secretário de Estado Nilton Borgato, que é réu sob a acusação de integrar uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de cocaína e à lavagem de dinheiro. Borgato alegava que, quando as investigações começaram, ele possuía foro privilegiado por ser secretário e que não havia evidências concretas de sua ligação com traficantes.

No entanto, o magistrado argumentou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já delimitou a extensão do foro privilegiado e que os fatos investigados não tinham relação com as funções de Borgato como secretário, não havendo razão para questionar o início as investigações. O juiz destacou ainda que depósitos bancários, dinheiro e diamantes encontrados na residência de Borgato indicam fortes indícios de que ele estaria lavando recursos provenientes do tráfico.

Nilton Borgato foi preso em abril de 2022, durante a Operação Descobrimento da Polícia Federal, após a apreensão de um jato com 536 kg de cocaína que seriam enviados à Europa. Atualmente, ele é monitorado por tornozeleira eletrônica.