A vereadora Edna Sampaio (PT) tentou mais uma vez barrar a tramitação do processo de cassação ao qual ela responde na Câmara Municipal de Cuiabá. A parlamentar acionou a Justiça, tentando barrar a sessão desta quinta-feira (6), que votará o relatório final da Comissão Processante que poderá resultar na perda de seu cargo, mas não obteve sucesso.

Edna Sampaio é suspeita de promover em seu gabinete a prática conhecida como “rachadinha”. As suspeitas que recaem sobre a petista referem-se a suposta devolução de salário, à própria vereadora, por sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu, no ano de 2023. Num processo anterior, a petista teve seu mandato cassado em outubro do ano passado.

No entanto, ela conseguiu retornar à Câmara por decisão liminar da Justiça ainda em dezembro. No entanto, em março deste ano a Câmara de Vereadores instaurou uma nova Comissão Processante contra a legisladora pelo placar de 16 votos favoráveis, outros cinco contrários e uma abstenção, além de duas faltas.

De acordo com o presidente da Comissão Processante, o vereador Sargento Vidal (MDB), a parlamentar tentou novamente suspender os trabalhos, com o adiamento da sessão desta quinta. No entanto, a Justiça negou a liminar pedida pela petista e deu a ele 10 dias de prazo para se manifestar.

“Hoje cedo, assim que eu cheguei na Câmara, veio um oficial de Justiça, com um documento do juiz me dando 10 dias para me justificar no processo. Junto, estava a negativa ao pedido da Edna, para suspender a sessão. Portanto, seguiremos de forma normal. Essa ação já foi para tentar barrar os trabalhos. É um documento de quase 40 páginas”, afirmou.

Na primeira vez que perdeu o mandato, Edna Sampaio foi cassada por 20 votos favoráveis e nenhum contra, algo inédito no Legislativo Cuiabano. Devido a isso, a expectativa é de que nesta segunda vez, ela também perca o mandato. Caso se confirme, a legisladora pode, de novo, recorrer ao Poder Judiciário de Mato Grosso (TJ-MT) para retornar ao cargo.

Diferentemente da outra vez, Edna já perdeu duas vezes na Justiça para derrubar a CP. A tendência é que, desta vez, não consiga reverter a situação.

Clima de ‘decisão’

Com a votação iminente, que pode resultar na cassação da petista, vários apoiadores da parlamentar e militantes do PT se dirigiram para a Câmara Municipal de Cuiabá. Nas galerias, eles gritam palavras de ordem e exibem faixas e cartazes, pedindo a absolvição da vereadora.