O governador Mauro Mendes (União) chamou de “imbecil” a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que ameaçou com uma arma de fogo um jornalista negro no último sábado (29), um São Paulo (SP).

Mauro Mendes apareceu com uma camisa amarela da CBF na tarde deste domingo (30) para votar. Sua Zona Eleitoral fica na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. Na saída, ele conversou com jornalistas que cobrem o segundo turno das eleições de 2022 à presidência da República, disputada por Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio “Lula” da Silva (PT).

Questionado sobre o incidente com a deputada federal Carla Zambelli, o governador de Mato Grosso, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, não ficou de meias palavras, dizendo que “pessoas destemperadas, desequilibradas, fazendo loucuras, sempre existiram no Brasil”.

“Esses destemperos sempre houveram. É que agora os destemperos estão associados a uma questão política, e ganham notoriedade, ganham importância. Mas pessoas destemperadas, desequilibradas, fazendo loucuras, sempre existiram no Brasil”, disse ele.

Indagado se o incidente poderia ser atribuído a Jair Bolsonaro – defensor das armas, e conhecido por seu notório discurso “beligerante” -, Mendes rechaçou que o episódio tenha relação com o presidente da República.

“A todo momento tem algum louco, maníaco, ou algum imbecil fazendo algo que não deveria, ou algo ao arrepio da legislação”, ponderou o governador.

No último sábado, vídeos que circulam nas redes sociais mostraram Carla Zambelli portando uma arma de fogo, perseguindo e ameaçando um jornalista negro, na cidade de São Paulo. Num primeiro momento, ela contou que sofreu um “cuspe” da vítima, que também a teria derrubado no chão depois de um “empurrão”.

Porém, diversos vídeos, registrados de outros ângulos, mostram que, na verdade, Carla Zambelli e o jornalista, identificado como Luan Araújo, aparecem discutindo, com a parlamentar colocando a mão no seu peito. Depois, quando Luan já tentava sair do local da confusão, as imagens revelam que Zambelli “caiu sozinha”, com o suposto agressor já afastado. Em seguida, a vítima começa a ser perseguida tanto pela deputada quanto por seus seguranças, ambos armados. Um deles é um policial militar que estava “de folga”.

A parlamentar vem sendo acusada de racismo pelo episódio. Ela disse em suas redes sociais que “usaram um homem negro” contra ela.