O ex-deputado federal, Neri Geller (PP), confirmou sua migração para o Republicanos após convite da liderança do partido e ainda rebateu críticas de que seria um político “melancia”, que migra da esquerda a direita conforme o governo em vigência. Geller justificou que sua linha de atuação será em favor de uma “convergência, em busca de soluções” e repeliu a permanência da polarização política. 

“Eu nunca estive na extrema-direita e nem na extrema-esquerda. Eu sempre fui um deputado de centro, de resolver os problemas. Vocês já viram eu xingar o Bolsonaro? Vocês já viram eu xingar o Lula? Ou vocês já ouviram eu xingar o governador Mauro Mendes porque não me apoiou? Eu sempre trabalhei e vou continuar dessa forma”, disse durante entrevista à imprensa nesta quarta-feira (2).

Geller acredita que sua atuação sempre foi pragmática, tanto na direita apoiando o presidente Bolsonaro quanto no governo petista e disparou que não deve explicações sobre sua atuação e se orgulha da trajetória. Para ele, as divergências e polarização política precisam ficar no passado e focar nos problemas reais do país. 

“Nós precisamos parar de discutir fechamento de igreja, fazer arminha, ser extremista do ponto de vista de querer fazer invasão de propriedade. O direito de propriedade é sagrada, assim como tem que fazer reforma agrária também, por que a gente não pode conciliar as duas coisas? Agora, ouvir os movimentos sociais, qualquer governante precisa ouvir também. A gente não pode ir atropelando”, mencionou. 

Neri ainda confirmou o convite feito pelo partido Republicanos para se juntar ao grupo. Disse que recebeu telefonema do próprio presidente do diretório estadual do Republicanos, Adilton Sachetti, para se filiar e que a decisão já está consolidada. 

Sobre atrito recente com o deputado estadual Diego Guimarães, que pertence à legenda, e afirmou que a eventual entrada do ex-ministro da Agricultura, Neri Geller, no partido seria aceita caso ele assumisse um posicionamento firme e coerente com os princípios da direita, Geller fez questão de mencionar que são águas passadas. “Eu tenho uma amizade grande pelo Diego, pela família do Diego. Não tem divergência nenhuma. Teve talvez um ruído aí essa questão de direita e esquerda e eu sempre fui de resolver os problemas que tem no estado e no país. Então é nessa linha que nós vamos ir”, esclareceu. 

Aproveitando a deixa, Geller ainda fez aceno ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), manifestando apoio a sua candidatura ao governo do Estado em 2026 e disse que apoia a linha de atuação que ele e o governador Mauro Mendes tem conduzido o Estado e deseja que o partido faça uma base forte para o pleito.