De verde e amarelo, Edna Sampaio (PT) tomou posse nesta quarta-feira (13) na Assembleia Legislativa – na suplência do deputado Valdir Barranco – e promete, durante sua passagem, fazer uma exposição sobre a triste realidade vivenciada pelas mulheres em Mato Grosso e em todo Brasil. Afirma ainda que vai sugerir uma CPI para investigar crimes contra as mulheres. 

“Chego de cabeça erguida, como uma boa cuiabana que sou, como uma mulher nega que vive nesta terra já há muitas gerações. Chego para fazer uma reflexão importante nesse momento, em que dados sobre o feminicídios são alarmantes e que colocam o estado de Mato Grosso a frente dos outros Estados”, disse. 

Segundo ela, é importante a participação de mulheres na política, no compromisso contra a desigualdade de gênero para o avanço social. “As mulheres não são seres inferiores, mas são seres que estão em condições de igualdade e que fazem falta nos processos de decisórios do Brasil e de Mato Grosso”, disse. 

Após ter um mandato cassado na Câmara de Cuiabá, Edna afirma que sua chegada na AL mostra que ela “também é uma vítima da violência que impede as mulheres de se desenvolverem, de exercerem com plenitude a sua cidadania”.

“Sofri uma violência machista, misógina e machista, que me condenou sem qualquer prova, que caçou meu mandato porque acionou na cabeça das pessoas, e nas práticas, um racismo estrutural para qual a pessoa negra não é suspeita, ela é sempre culpada e deve ser condenada”.

Mesmo posicionamento

Edna afirma ainda que a população pode esperar dela o posicionamento combativo que apresentava na Câmara de Cuiabá, especialmente durante os debates políticos ideológicos com colegas da direita. “Eu tenho o direito de existir enquanto mulher e que tem posicionamento político. Um estado que não aceita posições divergentes daquele que é instituído pela maioria é um estado fascista”.

Então, para Sampaio, ela vai exercer o mandato com autonomia. “Vim de verde e amarelo justamente para dizer: sou brasileira, sou patriota, luto por direitos e pela democracia. Quero vestir as cores da nossa bandeira, todos nós merecemos viver em uma sociedade justa que respeite as diferenças”, declarou.

CPI

Com foco na defesa das mulheres, a deputada aponta ainda que vai discutir vários projetos – como, por exemplo, a igualdade tributária. Além disso, visa ainda propor uma CPI para investigar a violência contra mulheres em Mato Grosso.

“Queremos entender essa violência, não é um fato isolado, não é algo que tá separado de outras pautas. Vamos dialogar com a questão da relação da mulher, do poder da mulher, da desigualdade que existe entre os gêneros na nossa cidade e que está vitimando as mulheres”, destacou.