Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 22h10
PICADEIRO ELEITORAL
Prefeito corre risco de cassação por usar circo para ser reeleito em MT
Cassado, Edelo agora tem nova ação em fase de audiência
LEONARDO HEITOR
Da Redação
O juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral de Brasnorte, negou um recurso proposto pela defesa da coligação que elegeu o prefeito da cidade, Edelo Ferrari (UB), que tentava derrubar a reabertura de prazo em uma ação que apura a distribuição de cupons para circo durante a campanha eleitoral de 2024. Na decisão, o magistrado aproveitou para agendar a audiência de instrução e julgamento sobre o caso do prefeito que já foi cassado em outra ação.
O processo, movido pela chapa "Coragem para Mudar" (Republicanos/PP/PMB/PL), busca investigar possíveis crimes eleitorais, através da distribuição de cupons para circo e santinhos, supostamente cometidos pela chapa "Vamos Juntos Seguir em Frente" (MDB/PSB/PSD/PRD/UB), nas eleições de 2024. A investigação foi aberta após denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE), que apontou indícios de abuso de poder econômico e uso de propaganda ilegal.
Recentemente, o MPE pediu a reabertura da fase de instrução, apontando como justificativa a necessidade de novas diligências para elucidar os fatos. De acordo com o órgão ministerial, elementos essenciais para o esclarecimento dos fatos estavam ausentes, principalmente no que se refere à origem e aos responsáveis pela distribuição dos materiais de campanha.
A defesa dos investigados, no entanto, tentou revogar a determinação, alegando que a decisão judicial estaria em "contradição com o rito processual". Segundo os advogados, o prazo para apresentação de testemunhas já teria se encerrado.
No entanto, o juiz rejeitou o argumento, citando que a legislação permite a dilação probatória quando há necessidade de esclarecer fatos relevantes. "O Ministério Público Eleitoral, na condição de custos legis, embora não seja parte, pode produzir prova, inclusive testemunhal, e requerer as medidas processuais pertinentes ao descobrimento da verdade dos fatos e circunstâncias que possam influir na solução da demanda. Ante o exposto, conheço e deixo de acolher os embargos de declaração opostos, eis que inexistente qualquer contradição, omissão ou erro material na decisão atacada”, diz a decisão.
O magistrado, ao negar o recurso, aproveitou ainda para agendar a audiência de instrução para o dia 18 de agosto de 2025, às 13h.
CASSADO
No início de julho, a Justiça Eleitoral cassou os mandatos de Edelo Ferrari e da vice-prefeita Roseli Gonçalves, por abuso de poder econômico. Segundo a sentença, o grupo montou um esquema de compra de votos envolvendo a comunidade indígena Enawenê-Nawê. Eles teriam aliciado cerca de 100 indígenas para transferirem seus domicílios eleitorais para Brasnorte, oferecendo transporte irregular, dinheiro, combustível e até frangos congelados na véspera da votação.
As investigações apontam que o transporte dos eleitores foi financiado pelos filhos do vereador Gilmar Gonçalves, Alexandre e Júnior Augusto Gonçalves, em 2023. A operação, no entanto, foi interceptada pelo Exército, que descobriu ônibus fretados por Rogério Gonçalves, servidor da prefeitura.
Entre as provas apresentadas estão depoimentos e a quebra do sigilo bancário de Rogério, que revelou movimentações superiores a R$ 200 mil em transferências para os indígenas e para a empresa responsável pelo transporte. A chapa foi eleita com uma vantagem de apenas 155 votos, o que, segundo o juiz, comprova a influência direta da fraude no resultado final.
STJ lembra morte de advogado e alerta que Judiciário de MT vive "corrosão"
Quinta-Feira, 07.08.2025 23h15
TCE investiga prefeito por ignorar Controladoria em pregão de R$ 11,4 mihões
Quinta-Feira, 07.08.2025 21h05
“Me pediram dinheiro para não ser cassada”, revela ex-vereadora petista em Cuiabá
Quinta-Feira, 07.08.2025 20h15
Deputado quer PMs em hospitais de MT
Quinta-Feira, 07.08.2025 19h51
VG terá Orçamento de R$ 2 bi em 2026
Quinta-Feira, 07.08.2025 19h04