Em depoimento à Delegacia Fazendária no dia 2 deste mês, a secretária Rebeca Maria de Souza Arruda, que trabalhou para o  advogado Antônio Eduardo da Costa e Silva, afirmou que repassou o valor dos 407 cheques que recebeu da Santos Treinamento ao ex-patrão. Os valores dos cheques totalizaram R$ 2,2 milhões.

Ela disse ainda que outros 114 cheques, que somam R$ 731 mil, foram utilizados para pagar contas da empresa. Os valores foram descobertos durante rastreamento dos pagamentos da Santos Treinamento ao longo dos últimos anos. As informações são do site Midianews.

Rebeca fez as declarações durante investigações da Operação Bereré, deflagrada em 19 de fevereiro pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e pela Delegacia Fazendária. A investigação apura desvio de R$ 27,7 milhões em contrato do Detran e a empresa FDL Serviçoa (atual EIG Mercados).

Rebeca afirmou que fez os saques de todos os 407 cheques e repassou os valores em dinheiro para o advogado, que é sócio da Santos Treinamento. A empresa, segundo as investigações, teria sido utilizada para "lavar" os valores pagos pelo Detran a FDL. 

No seu depoimento, Rebeca contou que trabalhou entre 2010 e 2014 para Antonio Eduardo, período em que ocorreram os saques. Segundo ela, os valores eram entregues diretamente ao ex-patrão.

“Eu nunca somatizei o montante visto que uma de minhas funções era sacar as folhas de cheques que me eram repassadas, entregando posteriormente a quantia à Antonio, sendo que algumas vezes quando assim era determinado, realizava alguns pagamentos pertinentes aos expedientes da empresa”, revela.

Já os R$ 731 mil, a ex-secretária explicou quais as contas que pagava para a empresa. “Possivelmente eram valores referentes às contas da empresa, tais como energia, conta de água, financiamento de carro, etc [...] Além de secretária, eu realizava entrega de documento a cartórios, fazia a limpeza do local de trabalho, e efetuava alguns pagamentos referentes a empresa de Antonio, direto ao banco, sendo que tudo era pré-organizado por Antonio Eduardo da Costa e Silva”, explicou.

Já em relação ao valor de R$ 38.120,03 encontrados em sua conta bancária, a secretária afirma ser provenientes de seus vencimentos salariais e que possivelmente esteja incluído algum valor para pagamento de alguma conta do escritório.

A movimentação bancária na conta de Rebeca levantou suspeita das autoridades. Isso porque, a secretária revelou que recebe R$ 2 mil por mês. Desde 2015, ela trabalha com o irmão de Antonio Eduardo, Marcelo da Costa e Silva, também investigado no esquema.

OUTRO LADO

Os assessores do advogado Antônio Costa disseram que o empresário vai se posicionar sobre as declarações da ex-funcionária na Justiça.