Sexta-Feira, 20 de Setembro de 2024, 15h35
OPERAÇÃO PUBBLICARE
Vereador se reuniu com líder do CV e clamou para assessor não levar "salve"
Castigo seria aplicado porque houve desvio de dinheiro oriundo de shows
LEONARDO HEITOR
Da Redação
Na decisão do juiz João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que resultou na prisão do vereador de Cuiabá, Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), nesta sexta-feira (20), foi apontado que o parlamentar teria atuado junto ao Comando Vermelho (CV) para que seu assessor, Rodrigo de Souza Leal, recebesse uma penalidade mais branda da facção, sem a aplicação de um 'salve' (tortura pesada). Os investigadores apontaram que o político chegou, inclusive, a aconselhar o servidor sobre a forma de se portar em uma reunião com líderes da organização criminosa.
Além do emedebista, outras seis pessoas foram alvos da ação policial. A primeira fase foi deflagrada em 5 de junho, quando investigou um núcleo do Comando Vermelho responsável pela lavagem de dinheiro em casas noturnas. Existem outros cinco presos. Na época, ele foi alvo apenas de um mandado de buscas. A investigação, comandada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco-MT), identificou que criminosos teriam adquirido uma casa noturna em Cuiabá pelo valor de R$ 800 mil, pagos em espécie, com o lucro auferido por meio de atividades ilícitas.
A partir de então, o grupo passou a realizar shows de MCs nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters. Durante as investigações também foi identificado que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária.
Na decisão, o magistrado apontou a forte atuação e até mesmo uma liderança, por parte do vereador Paulo Henrique, em relação ao esquema criminoso. Foi detalhado, inclusive, que o parlamentar, entre os meses de fevereiro e abril deste ano, teria se reunido de forma presencial com Joadir Alves Gonçalves, o ‘Jogador’, integrante do Comando Vermelho e preso durante a Operação Ragnatela, em junho.
“Ademais, durante as investigações, foi apurado que o vereador Paulo Henrique de Figueiredo, entre os meses de fevereiro e abril do corrente ano de 2024, promoveu reunião presencial e chamada em grupo com a principal liderança do Comando Vermelho, Joadir, vulgo Jogador, com o intuito de evitar ou mitigar a punição imposta a seu assessor, Rodrigo de Souza Leal. Tal fato, evidencia a influência de Paulo Henrique dentro da referida facção criminosa”, diz trecho da decisão.
O magistrado destacou ainda que, ao analisar diálogos feitos entre Paulo Henrique e seu assessor, Rodrigo Leal, foram obtidos elementos que demonstram a intervenção do vereador junto ao Comando Vermelho. O parlamentar, inclusive, teria aconselhado o funcionário de seu gabinete sobre como deveria se comportar na reunião com os integrantes da facção. “Chegar lá, mais escuta do que fala, tá. No mais, vai na boa. Vamos ver o que vai virar”, disse o parlamentar, em uma das conversas interceptadas.
Ex-servidor da Câmara Municipal de Cuiabá, Rodrigo de Souza Leal, foi alvo de um “salve” determinado pelo ‘Conselho Final’ do Comando Vermelho em Mato Grosso, formado pelas principais lideranças da facção criminosa no Estado. O motivo seria o suposto desvio de dinheiro dos lucros dos eventos e shows realizados e o fato de ter trazido um MC de São Paulo, o cantor Daniel, onde há um domínio de uma facção rival, no caso o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Rodrigo Leal foi proibido de promover eventos em Mato Grosso por um prazo de dois anos, de acordo com a determinação do Comando Vermelho. O comunicado da punição foi divulgado em grupos de WhatsApp de integrantes da facção. Também foi feita uma postagem no Instagram do próprio ex-servidor, onde ele afirmava que suspenderia, temporariamente, a realização de shows e eventos, informando ainda que a agenda estava suspensa.
Gordo | 21/09/2024 17:05:27
Meu Deus. É bandido roubando bandido. E muita bandidagem! Viva a democracia!!
Fidedigno | 20/09/2024 21:09:13
Bando de desclassificados.
Omar Telo | 20/09/2024 16:04:07
Em um bairro classe média aqui de Cuiabá, qualquer desavença entre vizinhos, problemas com escola das crianças, atendimento médico, falta de água, gás ou internet, deve ser relatado ao representante de "tal" facção criminosa, porque só ele tem poder de resolver...e as "tais" autoridades municipais e estaduais fazem de conta que não sabem quem são... Barbaridade!
Deputada cobra restituição em dobro de valores surrupiados de aposentados
Sábado, 21.06.2025 16h10
Vereadora diz não ter obrigação de comprar medicamento básico
Sábado, 21.06.2025 15h54
Justiça anula estabilidade de servidora sem concurso, mas garante aposentadoria
Sábado, 21.06.2025 13h40
Vereador defende fim de cartão consignado e Refis para aliviar servidores
Sábado, 21.06.2025 07h32
Senador implora por espaço em chapa: "não irão me patrolar"
Sábado, 21.06.2025 01h01