A Câmara Setorial Temática (CST) de saneamento básico se reuniu na manhã de hoje (24). Esta foi a sexta reunião desde a sua implantação. Nos próximos meses, a equipe levará as discussões aos municípios polos do estado.
Entre as propostas levantadas pelos participantes, a principal delas diz respeito a ausência de uma política do governo do estado para resolver o problema, principalmente quanto ao tratamento de água.
“Uma das alternativas é o governo trabalhar com o propósito de implantar concessão para o tratamento de água e esgoto em Mato Grosso”, disse o presidente da CST, professor da UFMT, Paulo Modesto.
Modesto aponta que a própria universidade realiza um estudo com o propósito de universalizar os serviços de água e esgoto para os municípios com população inferior a 50 mil habitantes.
“Estamos preparando um documento sobre a falta de saneamento relacionado com a realidade da saúde no estado. Precisamos ter a participação do governo, caso contrário pouco vamos avançar nessa questão”, prevê Modesto.
De acordo com a representante da Secretaria de Estado de Saúde, Vera Dias, será necessário realizar uma panorâmica da real situação dos municípios de como está sendo feito o tratamento da água potável.
“A região do Araguaia é crítica, pois estamos vivendo um momento em que os mananciais de água estão ficando escassos, precisamos correr para reverter esse quadro, principalmente devido aos problemas causados pelos agrotóxicos, cujo consumo está aumentando cada vez mais na área rural”, apontou ela.
Campanha da Fraternidade - O representante da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), regional de Mato Grosso, padre Jair Fonte, a Campanha da Fraternidade da Igreja Católica deste ano traz o debate sobre os biomas, e ele destacou a parte da Amazônia.
O padre disse que o trabalho da igreja é difundido em 4.500 comunidades em Mato Grosso, quando, na oportunidade, essas localidades são visitadas pelos padres através de coordenação religiosa com palestras e reuniões.
“Os biomas brasileiros merecem respeito, e o tema fala na defesa da vida de como cultivar e guardar a criação. Os cuidados com a Amazônia são fundamentais, e esta questão específica a igreja trata como um tema ecumênico em defesa do país”, destacou o padre.
O baixo orçamento que o Estado possui para investir no saneamento básico também foi assunto tratado na reunião. O representante da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), Cláudio Miranda, mostrou a realidade da pasta com números nada animadores para futuros investimentos no setor.
“A secretaria dispõe de R$ 30 milhões para o desenvolvimento urbano geral, por isso entendo que o Estado vai precisar da participação da população para trabalhar com o saneamento básico. O problema é de todos, ou então vamos ter situação séria quanto ao abastecimento”, apontou ele.
No final do encontro, ficou definido que representantes da Sema farão uma apresentação da realidade de cada região de Mato Grosso.