Cidades Segunda-Feira, 19 de Julho de 2021, 14h:45 | Atualizado:

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RENEGADOS

Alvo do Gaeco, dono de pizzaria pede devolução de "maquininhas” em Cuiabá

Homem alega que máquinas são para manter negócio

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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Delisflásio Cardoso Bezerra da Silva, que também tem o apelido de “Flasininho”, pede que a Justiça devolva três “maquininhas”, utilizada para cobrar os clientes de sua pizzaria que realizam o pagamento dos produtos com cartões de crédito e débito, localizada em Cuiabá. O motivo do aparelho ter sido apreendido?

Delisflásio, ou “Flasininho”, seria um dos informantes de uma quadrilha formada por policiais civis e militares de Mato Grosso, especializada na extorsão de traficantes e golpistas, alvo da operação “Renegados”. Um dos processos da operação “Renegados” tramita na 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Segundo informações dos autos, Delisflásio sofreu um mandado de busca e apreensão do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que deflagrou a operação “Renegados” no dia 4 de maio de 2021. Foram apreendidos três “maquininhas” – duas da marca Moderninha Pro, uma SafraPay, além do chip de telefone da pizzaria.

“Flasininho” pede a restituição dos itens para poder continuar tocando seu negócio. “Conforme narrado, a defesa de Delisflásio Cardoso Bezerra da Silva requereu a restituição de coisas apreendidas, sob a alegação de que são itens exclusivos do estabelecimento empresarial de propriedade da família do réu”, diz o informante no processo.

O pedido está sob análise da juíza da 7ª Vara Criminal, Ana Cristina Silva Mendes. Em decisão do último dia 7 de julho, ela negou a devolução dos aparelhos.

A magistrada justificou que o processo ainda está no início e que os objetos constituem provas que podem ajudar a elucidar os crimes investigados. “Não há como ignorar as dúvidas existentes nos autos com relação ao interesse ou não dos objetos à persecução penal. Conforme delineado pelo Órgão Ministerial, o processo ainda está em fase inicial, razão pela qual não há prova inequívoca de que as coisas apreendidas não sejam objetos indiretos do crime, considerando que a apreensão dos mesmos se deu de forma legítima, em razão de cumprimento de mandado de busca expedido em desfavor de Delisflásio”, explicou a magistrada.

Segundo a denúncia do Gaeco, entre as ações que contaram com a participação de Delisflásio, está o “roubo” de 5 quilos de pasta base de cocaína, no início de 2020, que contou com a ajuda de policiais civis que também fazem parte da quadrilha. Além do empresário-informante, o “roubo” teve o suporte dos investigadores da Polícia Judiciária Civil (PJC) Paulo da Silva Brito, Edilson Antônio da Silva, e do ex-investigador Hairton Borges Júnior, o “Borjão”.

Após a “ação policial”, os cinco quilos de pasta base foram vendidos e o dinheiro obtido no “negócio” (não revelado) foi dividido entre os integrantes da quadrilha.

RENEGADOS

A juíza da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT), Ana Cristina Silva Mendes, aceitou uma denúncia contra 25 policiais e ex-policiais, civis e militares, além de “apoiadores” e “informantes”, que fariam parte de uma organização criminosa que atuava na Polícia Judiciária Civil (PJC) de Mato Grosso. Os réus são acusados de concussão (receber ou exigir propina em razão do cargo que ocupam), roubo (com uso de arma de fogo, sob violência, mantendo as vítimas sob seu poder), além de “importar, produzir, transportar ou vender drogas”.

A decisão da juíza Ana Cristina Silva Mendes, publicada em 31 de maio de 2021, aponta ainda que a organização criminosa utilizou menores de idade para cometer os crimes. Tornaram-se réus Edilson Antônio da Silva, Alan Cantuário Rodrigues, Júlio Cesar de Proença, Paulo da Silva Brito, Rogério da Costa Ribeiro, André Luis Haack Kley, Frederico Eduardo de Oliveira Gruszczynski, Dhiego de Matos Ribas, Evanir Silva Costa, Raimundo Gonçalves Queiroz e Domingos Sávio Alberto de SantAna.

Ainda fariam parte da organização criminosa Reinaldo do Nascimento Lima, Natália Regina Assis da Silva, Manoel José de Campos, Jovanildo Augusto da Silva, Genivaldo de Souza Machado, Neliton João da Silva, Adilson de Jesus Pinto, João Martins de Castro, Delisflávio Cardoso Bezerra Da Silva, Sandro Victor Teixeira Silva, e Kelle de Arruda Santos, que também viraram réus no processo.

Segundo informações da decisão que aceitou a denúncia, a organização criminosa era dividida em quatro subgrupos - núcleo de integrantes da Polícia Judiciária Civil, núcleo de ex-integrantes da Polícia Judiciária Civil, núcleo de apoio aos integrantes e ex-Integrantes da Polícia Judiciária Civil e núcleo dos informantes. O MPMT revela que pelo menos 12 ações criminosas foram realizadas pelo grupo.

As práticas criminosas teriam resultado numa extorsão em dinheiro no valor de mais de R$ 1 milhão, além do "roubo" (e posterior "revenda") de nada menos do que 139 quilos de drogas (pasta base e cocaína).





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