Réu pelo assassinato do advogado Roberto Zampieri, o pistoleiro Antônio Gomes da Silva revelou estar sofrendo ameaças dentro da Penitenciaria Central do Estado (PCE) após anunciar que iria revelar os nomes dos mandantes do crime com prerrogativa de foro. O documento foi encaminhado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que deve determinar que a Polícia Federal (PF) investigue o fato.
Roberto Zampieri foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, na Capital. Ele estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi atingido pelo executor com diversos tiros de pistola calibre 9 milímetros. A morte teria sido encomendada pelo empresário Aníbal Manoel Laurindo.
A motivação seria uma disputa de terra, na qual perderam uma fazenda, no valor de R$ 100 milhões, em Paranatinga. O instrutor de tiro, Hedilerson Fialho Martins Barbosa é suspeito de intermediar o crime e ser dono da arma usada no assassinato.
O coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, é apontado como financiador do homicídio. Ocorre que durante as alegações finais da defesa de Antônio informou que ele só iria revelar o nome do verdadeiro mandante quando ocorrer o Tribunal do Júri, pois teme por sua vida tendo em vista que o contratante seria alguém "poderoso".
No dia 27 de setembro, por meio de uma carta, o pistoleiro denunciou que estaria sofrendo ameaças contra sua vida e de sua família e por isso tomou essa atitude. Além disso, o documento revela que o autor das ameaças ofereceu dinheiro para os advogados dele largarem o caso.
Antônio narrou que estaria sendo ameaçado por um advogado identificado como J.R.C.J que estaria agindo a mando do um fazendeiro. O documento, assinado pelos promotores Samuel Frungilo, Jorge Paulo Damante Pereira, Vinicius Gahyva Martins e Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, foi encaminhado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que deve determinar que a Polícia Federal (PF) investigue. "Não se pode olvidar, inclusive, que o fato noticiado se amolda, em tese, ao crime de coação no curso do processo (art. 344 CP) que, in casu, possui conexão probatória/instrumental (art. 76, III, CPP) com aquele tratado nos procedimentos avocados pelo STF. Ante o exposto, determinanos a remessa de cópia integral deste SIMP ao Excelentíssimo Procurador-Geral da República para conhecimento e providências que entender pertinentes".
Na última semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, determinou que o Núcleo de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça (TJMT) encaminhasse à Corte as investigações da morte de Zampieri. Isso porque, conforme dados extraídos do celular do jurista, que inicialmente apontaram para uma trama de venda de sentenças no Poder Judiciário de Mato Grosso, chegaram até o Superior Tribunal de Justiça (STJ), hoje também sob investigação, causando uma verdadeira 'hecatombe' na justiça brasileira.
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