Arquivo
Estado constroi quatro trincheiras para melhorar mobilidade na principal avenida de Cuiabá
As obras das trincheiras da avenida Miguel Sutil estão com atrasos de pouco mais de 11 meses do cronograma original e de 60 a 120 dias do prazo atual. No caso das intervenções no acesso aos bairros Santa Rosa e Santa Isabel, a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) realizou contrato com novas empresas sem descontar as medições já pagas à Ster Engenharia, que executou parte do projeto.
O governo pagou R$ 6,9 milhões a mais às novas empreiteiras para execução das mesmas obras. Na trincheira Santa Isabel, o projeto original previa o pagamento de R$ 19,9 milhões para a execução da obra. Depois da quarta medição dos trabalhos executados, houve aditivo e o custo da obra subiu para R$ 22,6 milhões. Os dados constam nos relatórios sobre as obras da Copa do Mundo realizados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Conforme o sistema GeoObras do TCE, a Ster Engenharia já havia cumprido o equivalente a R$ 6,6 milhões da execução do contrato. Se descontado o custo total da obra e o que a empresa havia realizado, após o rompimento do contrato, a Secopa deveria contratar uma empresa para executar os R$ 16 milhões restantes do contrato. Porém, optou por fazer um contrato com a Métrica Construtora Ltda de R$ 19,1 milhões, com dispensa de licitação.
O mesmo se vê na trincheira Santa Rosa. A obra, que inicialmente tinha custo de R$ 22,8 milhões, mas passou ao montante de R$ 24 milhões após o aditivo. A Ster Engenharia havia executado R$ 4,9 milhões do contrato, contudo, novamente a Secopa não fez o desconto dos serviços pagos e resolveu firmar o contrato 071/2013 com a Camargo Campos S.A. Engenharia e Comércio no
montante no valor de R$ 3,8 milhões a mais do que a diferença entre o valor da obra e o que foi pago à empreiteira anterior.
A situação se repete na já inaugurada trincheira Ciríaco Cândia, também na avenida Miguel Sutil. A obra, inicialmente, estava prevista para ser concluída em 29 de dezembro de 2012, ao custo de R$ 5,2 milhões. A primeira empreiteira executou R$ 5,8 milhões do contrato que com os acréscimos no decorrer da obra subiu para R$ 6,6 milhões. Quando a Ster Engenharia deixou a obra, ainda restavam executar R$ 873,1 mil do contrato.
Contudo,mais uma vez a Secopa resolveu fazer um contrato mais caro, desta vez no valor de R$ 1,6 milhão. A nova empresa havia prometido entregá-la em 23 de julho de 2013, mas a inauguração mesmo ocorreu em 02 de dezembro. Dias depois, as infiltrações passaram a ficar cada vez mais evidentes. Até quinta-feira (13), quando a reportagem de A Gazeta esteve no local, o problema persistia.
A trincheira Trabalhadores/Jurumirim, iniciada em 10 de abril de 2012, tinha valor inicial de R$ 39,3 milhões, mesmo com atraso na entrega da obra em mais de 4 meses, houve um acréscimo de R$ 7,3 milhões ao contrato que hoje está em R$ 46,6 milhões. A empreiteira já recebeu R$ 33,5 milhões, conforme as medições na execução do contrato. A Secopa não informa quantos por cento da obra está concluído, mas conforme o último relatório do TCE, divulgado em setembro de 2013, cerca de 58% da trincheira estava construída.
Com quase 1 km de extensão, ela é a maior trincheira do país. A obra atrasou por inúmeros problemas, desde questões de desapropriação que não foram adiante por falta de entendimento entre empresários e a Secopa, adutora de água da CAB Cuiabá, além de protesto dos trabalhadores em agosto do ano passado. Na época, eles reivindicaram o direito de viajar até o Nordeste, região de origem da maioria dos trabalhadores, a cada 60 dias, pagamento com os gastos de transportes para a empresa, além de salários baixos. Em 5 dias, o problema foi resolvido.