O Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso (CRM-MT) arquivou a investigação instaurada contra o médico Fábio Vieira da Silva, dono da 20/20 Serviços Médicos, empresa responsável pelas cirurgias oftalmológicas realizadas durante a Caravana da Transformação, em Mato Grosso.
O procedimento foi instaurado com base na denúncia que culminou na "Operação Catarata" e apontou fraudes na execução de serviços oftalmológicos na ação que era realizada pela gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB), em 2018.
"Ao ter conhecimento de denúncias veiculadas no Programa Fantástico em 11/11/2018, as quais apontavam supostas irregularidades em cirurgias realizadas pela Caravana da Transformação, este conselho entendeu necessário a instauração da sindicância para apurar os fatos relatados", diz o documento.
Conforme o CRM, o órgão investigou o caso da paciente Alice Ferreira dos Santos, atendida durante a "Etapa Cuiabá" do projeto. De acordo com o Ministério Público, o Estado teria pago pelas cirurgias de catarata de Alice e outras 8 pessoas, que não teriam passado pelo procedimento operatório.
Em sua defesa, o médico negou as irregularidades e anexou os exames de atendimento da paciente. "Não fora possível verificar a ocorrência de qualquer conduta inadequada ou contrária ao que determina a literatura médica, muito pelo contrário, foram realizados todos exames diagnósticos e pré-operatórios e o procedimento cirúrgico em total conformidade", citou.
Ao determinar o arquivamento da sindicância, o conselheiro Gabriel Felsky dos Anjos argumentou que o CRM não constatou nenhuma irregularidade que pudesse oferecer risco a vida da paciente e reconheceu que o procedimento foi feito de acordo com as "obrigações médicas".
"O Dr. Fábio Vieira da Silva apresentou seus esclarecimentos anexando o prontuário da paciente Alice Ferreira dos Santos onde demonstrou que exerceu seus atos profissionais com consciência técnica e ética, não havendo qualquer irregularidade ética", frisa a decisão.
Operação Catarata
A ação policial foi deflagrada em setembro de 2018 e investiga frauda na execução de serviços oftalmológicos na Caravana da Transformação. O Estado é acusado de pagar à 20/20 Serviços Médicos por cirurgias de catarata não realizadas. O governo teria pago R$ 44 milhões à empresa, do total de R$ 46 milhões previstos no contrato.