Passados seis meses do anúncio feito pela Secretaria de Estado de Cidades em relação à demolição da Ilha da Banana, o local permanece da mesma forma. A única diferença é que hoje é tomado por usuários de drogas. A secretaria havia confirmado que os quinze imóveis da Ilha da Banana (Largo do Rosário), localizada entre o Morro da Luz e a Igreja do Rosário, no centro de Cuiabá, começariam a ser demolidos no mês de junho.
No entanto, as casas que na maioria perderam suas portas, janelas e parte da estrutura, estão tendo outra destinação. Tomado pelo mato, o local virou um abrigo para os moradores de rua e ponto de venda e comercialização de droga.
Quem passa pela rua constata o entra-e-sai de usuários de drogas. Colchões, roupas espalhadas por todo o lado e muita sujeira moldam um novo cenário para o local que é considerado por historiadores um dos pontos de criação da cidade.
As ruínas abrigariam hoje o Largo do Rosário é um dos projetos encampados para a Copa do Mundo de 2014. Mas como tantos outros, segue emperrado. Na época, a Secretaria Extraordinária da Copa afirmou que o local seria necessário para que não houvesse interferência para o Veículo Leve sobre Trilhos.
Caso o projeto não fosse criado, seria necessário um paredão de seis metros e meio da Ilha da Banana, devido à subida com forte grau de inclinação que a Avenida Coronel Escolástico possui.
O lugar foi planejado para ser um espaço de lazer e cultural com pisos mosaicos e à semelhança de uma praça. O local fica em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Assim como há dois anos o modal está parado, o projeto do Largo do Rosário também. A expectativa é de que como previsto para as obras do VLT encaminharem no próximo ano, as da Ilha da Banana também devem andar.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secid, o setor de desapropriação confirmou que está trabalhando para solucionar todos os processos judiciais referentes à Ilha da Banana. O objetivo é liberar a demolição dos 15 imóveis existentes na região. No entanto, o trabalho segue em relação a três imóveis pendentes de liminares e que impedem o procedimento.
Uma delas é a Casa Singer (patrimônio histórico) e as outras duas de moradores que mantêm ações contestando os valores das desapropriações.
“Após isso, terá início o trabalho para realização da desapropriação, que ficará mesmo a cargo do Estado”, confirmou a Secid.
Enquanto isso, o local tomado pelo lixo, por fezes humanas e até por criadouros do mosquito da dengue, segue servindo de moradia e cracolândia, mesmo após seguidas operações policiais. Nem mesmo a presença de militares na região inibe o entra e sai no local.
Quem precisa passar todo dia por lá não esconde o medo. Joana Vieira diz que muitas vezes prefere pagar uma passagem a mais e pegar um ônibus que suba pelo Morro da Luz para não ter que passar por frente do local a pé.
“Quando não tenho dinheiro e não estou atrasada dou uma volta de quase meia hora para não passar aqui em frente. São muitos usuários de drogas, você nunca sabe o que uma pessoa drogada pode fazer para você. Sem falar do risco de ser assaltada também. Têm vezes que a polícia tira eles daqui, mas no outro dia estão novamente. É um absurdo”, afirmou.
LAURA
Terça-Feira, 27 de Dezembro de 2016, 16h42Adonis
Terça-Feira, 27 de Dezembro de 2016, 13h33vicente
Terça-Feira, 27 de Dezembro de 2016, 10h34