O deputado estadual Valdir Barranco (PT) apresentou no mês de julho a Indicação nº 4162/2024 ao governador Mauro Mendes (União Brasil), solicitando que o Estado de Mato Grosso, por meio das secretarias de Saúde (SES-MT) e de Educação (SEDUC-MT), viabilize a realização de exames e avaliações auditivas em todos os alunos da rede pública estadual da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.
A proposta tem como objetivo garantir o diagnóstico precoce de alterações auditivas em crianças e adolescentes, especialmente as que vivem em situação de vulnerabilidade social e dependem exclusivamente do serviço público para ter acesso à saúde e educação de qualidade.
“Uma criança que não ouve bem tem seu desenvolvimento comprometido desde cedo. Sem diagnóstico, ela será injustamente vista como distraída, preguiçosa ou desinteressada. Isso é cruel. Precisamos garantir que toda criança tenha o direito de aprender plenamente, e isso começa pela escuta”, afirmou Barranco.
Estudos indicam que cerca de 15% das crianças em idade escolar podem apresentar algum tipo de perda auditiva, muitas vezes não identificada precocemente. O impacto disso é direto na alfabetização, no desempenho escolar, na autoestima e no convívio social. Segundo dados do Ministério da Saúde, 80% dos problemas auditivos podem ser tratados com sucesso se forem diagnosticados nos primeiros anos de vida.
“A escola é o lugar ideal para esse tipo de triagem. É onde as crianças estão, é onde os problemas aparecem, e deve ser onde as soluções também comecem. Não é só uma questão de saúde, é uma questão de justiça educacional”, declarou o deputado.
A indicação de Barranco reforça a importância da atuação integrada entre saúde e educação, alinhando-se às diretrizes do Programa Saúde na Escola (PSE) e do Sistema Único de Saúde (SUS). A avaliação auditiva, se realizada já no início do ano letivo, permite à equipe pedagógica ajustar estratégias de ensino e contribui para que os responsáveis possam buscar o tratamento necessário o quanto antes.
Além de ser uma medida de baixo custo, as avaliações auditivas periódicas têm alto impacto social, pois garantem equidade no acesso à saúde, inclusão escolar e oportunidades reais de aprendizagem para crianças que, muitas vezes, são invisibilizadas pelo sistema. “Essa é uma ação preventiva, inclusiva e transformadora. Educação sem escuta é exclusão. O Estado tem o dever de ouvir suas crianças, literalmente e simbolicamente. E eu vou seguir cobrando isso”, concluiu Barranco.