No julgamento do coronel Leovaldo Sales, e outros 3 réus, nesta segunda-feira (6) pelo assassinato de Cláudio Andradre Gonçalves, a mãe da vítima disse que desde a morte do filho está esperando por Justiça. Cláudio foi executado após fugir do presídio do Carumbé em 1996. Na sessão do Tribunal do Júri, que está em andamento, também foi ouvido o policial que prendeu Cláudio no dia da fuga.
A primeira testemunha ouvida foi Elza de Andrade Gonçalves, mãe de Cláudio. Ela relatou que sua nora, então companheira de Cláudio foi ao presídio várias vezes procurar por ele, mas era informada que ele não estava mais lá, que tinha saído. Ela disse que estranharam essa informação, já que Cláudio não procurou ninguém da família.
“Através das imagens da TV que a gente viu que na fuga ele saiu, mas depois a gente viu que ele voltou de novo pro presidio [...] depois a gente foi procurar saber direito o que aconteceu, aí que fiquei sabendo que eles entraram com ele, mas sumiram com ele, depois com o passar do tempo acharam os corpos”.
O Ministério Público perguntou se ela já tinha visto alguma manifestação do coronel Sales sobre o sumiço de seu filho, e ela disse que “ele apareceu uma vez [na TV] falando que meu filho tinha virado anjo”. “Desde quando foi comprovado o falecimento dele que eu estou esperando por justiça”, disse Elza.
A segunda testemunha ouvida, arrolada pela defesa, foi Reinaldo Magalhães de Moraes. Ele trabalhou com Angelo Cassiano De Camargo e com Leovaldo Emanoel Sales da Silva e falou bem das condutas dos réus enquanto trabalhou com eles.
Em seguida foi ouvido o policial militar da reserva Ivan Meira. Foi ele quem capturou Cláudio durante a fuga. Ivan estava de folga no dia da fuga, morava próximo ao presídio, e decidiu sair de casa para dar apoio.
“No dia do fato eu me encontrava no meu apartamento, no Residencial São Carlos, quando passei a ouvir barulhos, tiros, bombas. De imediato peguei meu armamento e desci para a rua, lá chegando me deparei com um grupo de 5 ou 6 homens correndo [...] fiz um enquadramento, dizendo ‘para’, apenas um ficou, dizendo ‘tô de boa, não vou correr’. De imediato fiz a prisão e retornei com ele a pé para o presidio”.
Ele também disse que viu Cláudio mancando, que reclamava de dor e tinha um sangramento. Ele amarrou as mãos do fugitivo com um cinto. Relatou ainda que depois viu sua imagem na TV, retornando ao presídio com Cláudio.
O próximo ouvido foi Elias Feitosa, vizinho de Angelo, que falou sobre a boa conduta do réu. Depois dele foi ouvido Augusto Cesar Pessoa, amigo de infância de Mariano, que falou sobre a boa índole dele. A última oitiva foi a da testemunha Edison Martins, ex-colega de trabalho de Angelo, que também falou bem do réu.
Pedro Cesar França
Terça-Feira, 07 de Novembro de 2023, 07h05