Cidades Sexta-Feira, 02 de Maio de 2014, 16h:45 | Atualizado:

Sexta-Feira, 02 de Maio de 2014, 16h:45 | Atualizado:

Notícia

Encontro discute maturidade na adoção

 

Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

O Estado de Mato Grosso recebe pela primeira vez o maior evento voltado para o fortalecimento da adoção de crianças e adolescentes. Trata-se da 19ª edição do Enapa, Encontro Nacional de Apoio à Adoção, que começou nesta quinta-feira (1º de maio) e termina sábado (3 de maio), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

Organizado pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), em parceria com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e promovido pela Associação dos Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD), o evento reuniu em seu primeiro dia profissionais da Justiça, saúde, educação, grupos nacionais de amparo à adoção, Conselhos Tutelares, Poder Legislativo e sociedade em geral para discutir “Os Desafios da Maturidade”, temática que norteia o Encontro deste ano.

Durante a solenidade de abertura do evento, a presidente da Amapara, Lindacir Rocha Bernardon, se emocionou ao falar sobre a realização do evento na Capital. “Trazer esse evento para Cuiabá é a realização de um sonho pra mim e para Ampara. Quando compartilhei essa vontade com o presidente Orlando Perri, ele deu amplo apoio e nos incentivou a tocar o projeto, que representa a valorização das políticas de adoção e do trabalho que esta sendo desenvolvido nesse sentido”, afirma Lindacir.

A presidente ressalta ainda que atualmente existem 886 crianças e adolescentes abrigadas em 73 instituições em todo o Estado, sendo que destas apenas 66 estão aptas para a adoção em razão de uma série de obstáculos e entraves sociais e burocráticos.

A secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria Isabel da Silva, também esteve no evento e falou sobre a importância de organizar o trabalho em um sistema de rede de apoio mútuo e reforçou a necessidade de implementar o Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária (PNCFC) em todos os estados brasileiros. “O plano rompe com a cultura da institucionalização de crianças e adolescentes e fortalece o paradigma da proteção integral e da preservação dos vínculos familiares e comunitários preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente”.

Em seu discurso o presidente do TJMT, Orlando de Almeida Perri, falou sobre a vontade e a disponibilidade do Poder Judiciário em desenvolver ações que busquem dar celeridade e lisura aos processos de adoção e sobre o significado da adoção. “Compete ao Judiciário conduzir todo o processo da melhor forma possível aos pais e as crianças, dando-lhes direito a um nome e a herança. Mas, adotar vai além disso é um gesto de enorme generosidade, que transborda as barreiras da consanguinidade”, disse Perri.

O corregedor-geral da Justiça, desembargador Sebastião de Moraes Filho, afirmou que a Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), ligada à Corregedoria, vem trabalhando em parceria com outras instituições para agilizar os processos de adoção no Estado. "Esse encontro é muito importante porque fortalece o debate entre as instituições nessa edificante missão que é a adoção de crianças e adolescentes".

A vice-presidente da Ceja, desembargadora Maria Erotides Kneip Baranjak, falou do papel da comissão. “A Ceja trabalha em parceria com o Poder Judiciário e tem como principio básico aproximar os pais pretendentes à adoção das crianças e adolescentes que estejam aptas a serem adotadas. Nossa missão é garantir que toda criança e adolescente tenha o direito de conviver em família”.

Paula Danchuria da Costa adotou Marjorie quando a menina tinha 7 anos e afirmou que foi a melhor escolha que ela fez na vida. “A nossa maior dificuldade no inicio foi sermos aceitos por ela, pois ela já tinha sido devolvida por uma família antes e estava bastante fechada. Chegaram a me dizer que ela nunca me chamaria de mãe. Mas, na segunda semana conosco já era mãe pra cá e mãe pra lá. O que posso dizer é que não há nada que o amor não possa superar”, conta.

Paula falou ainda sobre a importância da Ampara no processo de adoção. “Tudo o que é dito no curso da Amapara, eu vi na prática depois. O curso deixa muito claro aos pais os possíveis problemas e desafios que devem ser enfrentados ao longo do processo. Eu e meu marido queríamos uma criança de no máximo 5 anos. Entretanto, depois do curso abrimos nossa mente e nos desapegamos de qualquer preconceito ou restrição, afinal o que vale são os laços de amor e afeição”.

A palestra de abertura do evento foi ministrada pelo escritor e psiquiatra infantil, Celso Gutfreind, que falou sobre a relação entre a maturidade e a parentalidade nos processos de adoção.

O encontro nacional nasceu da necessidade de reunir os grupos de apoio à adoção existentes na década de 90, tendo sido realizada, em 1996, a primeira edição, no município de Rio Claro (SP).

Desde então, ocorre anualmente em diversas cidades do Brasil e atualmente conta com mais de 100 grupos no país, conforme dados da Angaad – Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção.





Postar um novo comentário





Comentários

Comente esta notícia








Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet