Cidades Segunda-Feira, 21 de Novembro de 2022, 10h:55 | Atualizado:

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FANTÁSTICO

Esquema de exploração de madeira em TIs de MT movimentou R$ 31 mi

Madeira ilegal era "esquentada" para ser vendida

LEONARDO HEITOR
Da Redação

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madeira terra indigena

 

Em uma reportagem de mais de meia hora, o programa Fantástico, da Rede Globo, mostrou esquemas envolvendo a exploração de madeira em sete Terras Indígenas em Mato Grosso. O material contou com o apoio da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Uma das operações realizadas resultou, inclusive, na morte de Roberto Moreira da Silva Filho, delegado da PF. 

O programa revelou que grande parte da exploração ilegal de madeira em Terras Indígenas, conhecidas como “TIs”, tinha a conivência dos índios que habitavam as regiões. As equipes do Ibama, da Polícia Federal e da Rede Globo colocaram chips localizadores em toras de madeira e câmeras escondidas, acionadas por movimento, na floresta.

O rastreio da madeira ilegal permitiu desvendar um esquema de esquentar madeiras ilegais que movimentou mais de R$ 31 milhões. Um carregamento de toras com um chip da reportagem foi levado direto para uma madeira, onde eram utilizadas notas e documentos falsos para "atestar" a procedência da madeira, como se viesse de reflorestamento, de origem  supostamente legalizada, quando na verdade, era madeira extraída ilegalmente de terras indígenas. O motorista que levou o carregamento foi ouvido pela reportagem e confirmou os fatos. 

As investigações ocorreram nas TIs Zoró, Roosevelt, Aripuanã, Serra Morena, Menkü, Apiaká-Kayabi e no Parque Indígena do Xingu, além de cidades como Juína, Aripuanã, Brasnorte e até Machadinho do Oeste, em Rondônia. A exploração de madeira em Terras Indígenas é proibida por lei e a prática ilegal foi alvo de diversas ações da PF e do Ibama, este ano, como a Operação Onipresente, deflagrada em março, e que resultou na prisão de um cacique e de um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai). 

O Ibama e a PF apontaram que, apenas no período de nove meses em que foi realizada a reportagem, foram lavrados 29 autos de infração, que resultaram em R$ 37 milhões em multas, além de outros R$ 3 milhões em equipamentos apreendidos. Foram destruídos ou retidos 24 caminhões, seis tratores, duas pás-carregadeiras, nove motos e 10 motosserras. 

No total, foram embargadas 10 madeireiras e o volume total de madeira esquentada através de créditos fictícios para exploração do material equivale a 4 mil carretas carregadas de toras. Foram instaurados 20 inquéritos, com um total de 40 pessoas indiciadas, sendo oito deles indígenas, segundo a PF e o Ibama. 

Madeireiros que foram abordados durante as ações confirmaram que os indígenas autorizavam a extração nas terras e, em uma das investigações, produtores do programa chegaram a ser expulsos de uma das aldeias. Uma das operações, realizada na TI Aripuanã, resultou na morte do delegado da Polícia Federal Roberto Moreira da Silva Filho, em 26 de agosto deste ano. 

Na ocasião, um dos suspeitos teria avançado com o caminhão contra a equipe de investigação. Os policiais revidaram com tiros e um dos disparos, segundo informações da PF, teria ricocheteado e atingido o delegado. Ele tinha 35 anos e atuava como chefe da delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso.

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Comentários (1)

  • Talisia

    Segunda-Feira, 21 de Novembro de 2022, 11h08
  • A FLORESTA DO ESTADO DE MATO-GROSSO VEM SOFRENDO BASTANTE COM O DESMATAMENTO ILEGAIS A MUITO TEMPO A BUSCA INCESSANTE PELO LUCRO E O COMODISMO DAS NOSSAS AUTORIDADES SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DESTE TRÁGICO PROBLEMA AMBIENTAL.
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