Na última quarta-feira (8) foi ao ar a participação de Emilly Araújo no documentário do "Big Brother Brasil", onde ela narrou pela primeira vez toda violência que sofreu dentro do reality show por seu affair Marcos Harter. Em depoimento comovente, a influenciadora contou que estava muito frágil e se deixou levar pelo médico. A gaúcha também afirmou não ter tido coragem de denunciá-lo.
"Eu achei que eu ia ter que vê-lo, que ele ia poder tocar em mim de novo. Para denunciar, eu tinha que ver ele no tribunal ou em algum outro lugar. Foi por medo. E olha isso, é lógico que a mulher tem direito a uma medida protetiva, e eu não sabia", contou.
A violência doméstica é uma realidade que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, por meio de diversas formas de abuso, incluindo físico, emocional, psicológico e patrimonial. Segundo a advogada Letícia Peres, provoca profundas consequências na saúde mental das vítimas. As mulheres submetidas a esse tipo de violência enfrentam um sofrimento psicológico intenso que pode levar ao desenvolvimento de transtornos mentais graves, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Para a especialista em Direito das Famílias, entender e abordar os efeitos devastadores da violência doméstica na saúde mental das mulheres é essencial para romper o ciclo de abuso e promover a recuperação e capacidade de reação das vítimas. "O ambiente de constante medo e insegurança pode levar a um estado de alerta permanente, dificultando o descanso e o bem-estar emocional. A violência doméstica cria um ciclo de sofrimento que pode ser difícil de romper sem apoio adequado", afirma ao GLOBO.
A violência também afeta o relacionamento da mulher no geral, criando um ambiente de tensão e insegurança dentro do lar. "As mulheres podem sentir vergonha ou culpa, acreditando que de alguma forma são responsáveis pela violência, o que pode agravar o sofrimento psicológico. Esse sentimento de culpa é muitas vezes reforçado pelo agressor, criando um ciclo de dependência emocional que é difícil de quebrar", explica.
Para a advogada, é crucial que as mulheres em situações de violência doméstica tenham acesso a recursos de apoio, como atendimento psicológico, grupos de apoio e assistência jurídica. "A intervenção precoce pode ajudar a prevenir o agravamento dos danos à saúde mental e promover a recuperação e a construção de uma nova vida longe do agressor", diz a Dra. Letícia. A proteção legal e o suporte emocional andam de mãos dadas para restaurar a dignidade e o bem-estar das vítimas.
Sobre denúncias, ela informa: "De forma mais imediata, se for uma agressão, dependendo de como se der essa violência, ela deve acionar o 180. O telefone 180 tem atendimento 24 horas, todos os dias da semana, para que ela registre a violência doméstica. E o próprio 190, que é o da Polícia Militar, também dá suporte à mulher no caso de violência doméstica."