A primeira edição da Expedição Justiça Sem Fronteiras, realizada entre os dias 1 a 9 de julho, por meio da Justiça Comunitária do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e mais de 40 parceiros, resultou em 9.369 atendimentos, somente no Eixo Educação Ambiental. No total, foram realizados 28.027 procedimentos, considerando todos os serviços de Justiça, cidadania, educação, saúde, sustentabilidade, além de doações que foram proporcionados às comunidades que vivem na fronteira com a Bolívia.
Os atendimentos ocorreram na Agrovila Nova Esperança (Cáceres) e nos distritos de Vila Picada (Porto Esperidião) e Santa Clara do Monte Cristo (Vila Bela da Santíssima Trindade), graças à adesão ativa das instituições parceiras e dos órgãos governamentais envolvidos, cuja colaboração logística, técnica e financeira foi essencial para o alcance dos objetivos propostos.
Dentre os parceiros do eixo Educação Ambiental, esteve o Juizado Volante Ambiental de Cuiabá (Juvam), que realizou 1.300 atendimentos, referentes à realização de atividades lúdicas voltadas à conscientização sobre a preservação do meio ambiente, e a promoção de palestras educativas sobre o tema.
O palhaço Lelé Picolé Curimpampam foi o responsável pela animação da criançada, por meio de atividades recreativas e lúdicas, promovendo a educação ambiental. “O nosso objetivo é divulgar para as crianças um pouco sobre a sensibilização ambiental porque o processo de educação é um processo longo e o processo de sensibilizar é um processo prático e rápido. Então, a gente planta uma sementinha com as crianças para que elas possam aprender sobre o meio ambiente. Nós utilizamos o personagem Lelé Picolé Curimpampam para ter maior acesso às crianças, pois é um personagem lúdico que as crianças gostam bastante”, afirma.
A Policia Militar do Estado de Mato Grosso (PMMT), por meio da 5º Companhia Independente de Polícia Militar de Proteção Ambiental, ofereceu palestras sobre educação ambiental e proporcionou a exposição de animais taxidermizados e das serpentes vivas, que chamaram a atenção do público, totalizando 8.050 pessoas atendidas.
“A ideia foi trazer alguns animais taxidermizados, que a gente encontrou mortos, vítimas de crimes ambientais, para conscientizar as crianças de que a gente não precisa matar o animal. Se eu vejo um animal selvagem, mantenho distância. No caso das crianças, chamar o pai e a mãe. Também trouxemos as serpentes vivas para mostrar que todo animal é útil na natureza. Inclusive a serpente, que é uma controladora natural de outros tipos de animais, como roedores e aracnídeos”, explica o policial ambiental R. Rodrigues.
A Secretária de Estado do Meio Ambiente (Sema) também se fez presente na Expedição Justiça Sem Fronteiras, realizando orientações de Educação Ambiental, quanto à pesca predatória e à queima descontrolada, contribuindo com a disseminação da mensagem de conscientização ambiental que resultaram em 19 procedimentos.
“Como pessoa, participar da Expedição, foi muito gratificante. Experiência que vou guardar em minha memória por longo tempo. Poder auxiliar as pessoas brasileiras, ou não, levando informações simples, que para nós que vivemos na zona urbana são corriqueiras. Principalmente foi uma lição de agradecimento a Deus e esquecimento às lamentações. Enfim, foi uma experiência de valorização e desenvolvimento emocional”, relata o analista de Meio Ambiente da Sema, Enilson Jesus de França.
Conforme relatório da Coordenadoria Estadual da Justiça Comunitária, “a sinergia entre Judiciário, Executivo, Legislativo e sociedade civil permitiu otimizar recursos, ampliar a capilaridade das ações e garantir a qualidade do atendimento nas localidades atendidas”.
O juiz coordenador da Justiça Comunitária e da Expedição Justiça Sem Fronteiras, José Antônio Bezerra Filho, em discurso realizado aos expedicionários, ao final do último dia de mutirão, agradeceu a todos os envolvidos no projeto.
“Quero agradecer a todos aqueles que vestiram a camisa conosco durante nove dias. Sabíamos dos desafios que nós iríamos enfrentar e mantivemos esse grupo unido do início ao fim. Esse mérito eu atribuo a vocês porque não é qualquer um que sai do seu lar e vem para esse desafio da Justiça Sem Fronteiras com o espírito de servir. E isso mostrou o espírito de civismo que cada um traz em si, que é a vontade de se doar, vontade de fazer, vontade de ser diferente, vontade de pensar diferente, vontade de agir diferente e, mais que isso, se colocar no lugar do próximo. Então, em nome do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Zuquim, eu só tenho a dizer a vocês o meu muito obrigado”.