Cidades Sábado, 17 de Maio de 2025, 12h:58 | Atualizado:

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CONSCIENTIZAÇÃO

Homofobia aumenta em Mato Grosso; histórias de dor e resistência

 

VITHORIA SAMPAIO
Gazeta Digital

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Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) revelam um cenário alarmante em Mato Grosso: os crimes contra pessoas LGBTQIA+ aumentaram. Dos 315 registros de 2023, o ano de 2024 fechou com 416 casos. Em 5 meses de 2025, já são 55 novos casos, com destaque para crimes como injúria, ameaça, estupro e homicídio.

Por trás da triste estatística que o  divulga neste sábado,17 de maio, Dia Internacional de Combate à Homofobia, estão histórias de superação diária em um país onde o preconceito ainda é constante, muitas vezes vindo de dentro de casa, nas escolas, dos ambientes de trabalho e da sociedade como um todo.

O empresário Gabriel Fernandes, 24, contou ao  que, desde cedo, sentiu a necessidade de ser excelente em tudo o que fazia como uma forma de provar que ser gay não o tornava menos capaz.

“Desde cedo, eu entendi que ser quem eu sou viria com alguns desafios extras. E foi aí que decidi me destacar, não para provar algo aos outros, mas para mostrar a mim mesmo que eu podia ir além. Na escola, na faculdade, no trabalho... sempre fiz questão de dar o meu melhor, com dedicação e entrega.”, explicou.

Segundo ele, o preconceito foi mais difícil de lidar dentro de casa do que nas ruas. Ainda na infância, sofreu bullying na escola.

“Nem sempre foi fácil dentro de casa, mas eu acredito que, com mais diálogo e compreensão dentro das famílias, muitos de nós poderíamos ter crescido com mais leveza e autoconfiança. Não é sobre apoio total desde o início, mas sobre abrir espaço para entender, ouvir, acolher".

Para ele, ser LGBT no Brasil ainda é sinônimo de precisar provar o próprio valor “Ser LGBT no Brasil ainda exige da gente uma força extra. Muitas vezes, temos que provar em dobro que somos capazes. Mas a verdade é que somos, sim, líderes, criativos, competentes e merecemos estar em todos os espaços. Nossa sexualidade é só uma parte de quem somos, nunca será o que nos limita. Quando há espaço para sermos inteiros, tudo em nossa volta muda.”

Xica da Silva, 32 anos, mulher preta, travesti e periférica, também compartilha sua experiência de resistência diária. Além de lidar com a homofobia, ela já foi vítima de racismo e afirma que luta todos os dias por si e por outros, buscando garantir oportunidades e respeito.

"Falo por mim e por tantas outras travestis e mulheres transexuais que enfrentam a dor e o desafio de simplesmente existir. Já fui vítima de transfobia, inclusive nas redes sociais, onde recentemente sofri ataques violentos apenas por expressar minha opinião. A sociedade nos julga o tempo todo, nos, crítica por querer estudar, por querer amar, por sonhar com uma família", lamentou.

Atualmente desempregada, ela atua como presidente do Grupo Livremente e, mesmo enfrentando diversos tipos de preconceito, segue firme no propósito de garantir mais apoio social efetivo à população LGBT.

“Já fui chamada de ‘macaca’, rejeitada pela minha família e pela sociedade. Já vivi a dor da exclusão em todas as suas formas. Mas hoje, mais do que nunca, eu sei que minha voz tem valor e minha existência é legítima. Sou um reflexo da resistência, da luta diária de milhares de mulheres trans e travestis que, como eu, não têm medo de ocupar os espaços que tentam nos negar. E é com nossa força, nossa coragem e nosso amor-próprio que vamos quebrar todas as barreiras.”

Preconceito nas redes sociais

Nesta semana, após uma matéria publicada pelo Gazeta Digital informando que o casal de influenciadores Lucas Rangel e Lucas Bley espera o primeiro filho, diversos internautas fizeram comentários homofóbicos sobre a decisão do casal. O episódio reforça como o preconceito ainda está presente na sociedade.

"O mundo virou de ponta-cabeça mesmo. Um jornal, uma página, dedicando uma notícia absurda dessas", diz um dos internautas.

"Quem será a mãe dessa criança? Como vai ser essa criança na sociedade? Vocês do jornal tinham era que ser contra essa notícia e não publicar como se fosse algo normal", escreveu outro.





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