Lívia Moreira Gomes Nery, filha do advogado Renato Nery, assassinado em frente ao seu escritório em julho de 2024, acredita que, além do casal de empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, há outros mandantes do crime. Em entrevista ao Cidade Alerta, da TV Vila Real, nesta quinta-feira (15), ela afirmou que a execução também não teria custado apenas R$ 200 mil, devido ao número significativo de pessoas presas.
A morte de Nery foi motivada por disputa de terras. "A vida do meu pai não tem preço. Mas esse valor alegado até o momento eu acho um pouco incoerente, pois há 10 pessoas presas. Esse valor dividido por 10 pessoas, que são policiais concursados, seria muito pouco. Não acredito que uma pessoa matou outra e dividiria R$ 200 mil com 10 pessoas. R$ 20 mil por pessoa? Mas quem sou eu para dizer... Isso foi parte da investigação que revelou. Pode haver mais coisas aí", alertou.
A Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá identificou o casal de produtores rurais Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos como mandantes do crime. Ambos são empresários de Primavera do Leste e foram presos na semana passada.
Cesar Jorge Sechi negou repetidas vezes envolvimento no assassinato em depoimento. O sargento da Polícia Militar Heron Teixeira Pena Vieira foi apontado como intermediador; ele recebeu dinheiro, arma e contratou o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva para executar Renato.
Outro intermediador foi o cabo da Polícia Militar Jackson Pereira Barbosa, que entregou dinheiro a Heron para fazer a ponte. Além disso, o policial de inteligência da Rotam, Ícaro Nathan Ferreira, também figura como intermediador; ele entregou parte do dinheiro a Heron e forneceu a arma.
Outros militares envolvidos são: Alessandro Medeiros Ramo, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins. O caseiro, apontado como executor do homicídio, foi novamente interrogado e confessou o crime.
Ele deu maiores detalhes, corroborando os indícios de autoria já levantados pela Polícia Civil até o momento. Lívia, ao analisar a quantidade de pessoas envolvidas, não descarta que o crime possa ter custado um preço maior ou que existam outros personagens nesta história.
"Não podemos afirmar com certeza. Com base nas provas, eles estão fortemente envolvidos, mas acredito que não sejam os únicos mandantes, pois a questão envolvia uma terra que tinha ligação com toda a família, e não apenas o casal. Envolvia irmãos, marido, toda a família. Era uma posse que passou por várias famílias. Então, não acho que eles sejam os únicos. Deve haver outras pessoas que colaboraram nos bastidores. É isso que acreditamos, embora não possa afirmar com certeza", explicou.
Dessa forma, ela acredita que o caso está longe de ser encerrado. "Haverão desdobramentos com esses depoimentos e no decorrer das investigações. Não acredito que o casal não teria influência para contratar tantos policiais para o crime, ou que existam apenas vários mandantes. Não sei se seriam só dois. Isso nos surpreende muito, pois há muitas pessoas envolvidas neste crime", finalizou.
Walmir Cavalheri, advogado e amigo da família de Renato Nery, explicou que as terras envolvidas estão relacionadas a um acordo de 2022. Na ocasião, os valores ficaram para Renato e seu sócio, em torno de R$ 50 milhões, "porque são várias áreas". Uma área de 790 hectares, que estava de posse ilegal, além de outras de 113, 59 e 30 hectares.
"São várias áreas que acabaram ficando para Renato e seu sócio, e também ele esteve de posse durante o certo tempo antes de fazer esse acordo com a Wilma [ Therezinha Destro Fernandes] de 1.750 hectares. Se contamos tudo, o valor passa de R$ 100 milhões. Dentro da área que foi passada para a viúva Vilma, que morava em São Paulo e cujo marido faleceu em 2010, nunca tivemos conhecimento de ela ter vindo ao Mato Grosso antes deste processo. Ela afirmou em uma rede social que veio recentemente", destacou.
Wilma Therezinha Destro Fernandes, de 87 anos, é parte na disputa judicial por terras envolvendo o advogado assassinado Renato Nery. Ela é viúva de Manoel Cruz Fernandes. A idosa travou longa disputa contra o advogados Renato Nery e Luiz Salesse. A área fica em Novo São Joaquim.
Indiciamentos
A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, na sexta-feira (9 de maio), a primeira etapa do inquérito que apura o homicídio do advogado Renato Nery.
Conduzida pela DHPP de Cuiabá, a investigação identificou um caseiro de uma chácara em Várzea Grande e um policial militar como envolvidos diretamente na execução do crime, com detalhes específicos sobre a atuação de cada um.
Os dois foram indiciados por homicídio qualificado, por promessa de recompensa e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Renato Nery, de 72 anos, morreu atingido por disparos de arma de fogo no dia 5 de julho de 2024, na frente de seu escritório, na capital. Ele foi socorrido e passou por cirurgia em um hospital particular de Cuiabá, mas faleceu horas depois do procedimento.
Desde o ocorrido, a DHPP realizou diversas diligências investigativas, incluindo levantamentos técnicos e periciais, para esclarecer a execução do advogado.
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