Cidades Domingo, 06 de Abril de 2014, 18h:12 | Atualizado:

Domingo, 06 de Abril de 2014, 18h:12 | Atualizado:

Notícia

Jaciara não tem infraestrutura para receber turistas

 

A Gazeta

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

Conhecido pela prática de esportes radicais, o município de Jaciara (144 km ao sul de Cuiabá) ainda engatinha na infraestrutura para uma receptividade adequada aos seus turistas. A última reportagem da série “Turismo na Copa” mostra que o próprio comércio local e os moradores da cidade ainda não despertaram para a importância do setor. Levando-se em conta o tamanho da cidade, poucos sabiam o telefone da prefeitura, onde o turista deveria procurar informações e onde ficava a secretaria de turismo.

Apesar de ter o segundo percurso de rafting melhor do país, as 3 empresas que exploram o produto turístico são tratadas de forma desigual. Embora o ponto de partida seja o mesmo, na Cachoeira da Fumaça, o final do percurso se estende a duas empresas impedidas de parar no mesmo balneário privado. Assim, a chegada se estende por mais uma hora.

Um projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo pretende pôr fim ao imbróglio ao estabelecer o rafting como o principal produto turístico de Jaciara, regulamentando os locais de entrada e saída dos botes.

A aventura dura de 2 a 3 horas e pode ser feita por até 6 pessoas por bote. Os valores variam de R$ 50 a R$ 80 por pessoa. Crianças acima de 5 anos podem fazer o passeio desde que o rio Tenente Amaral não esteja muito cheio. Outra necessidade é a instalação de guarda corpo e corrimãos, além da reforma das escadarias de acesso à Cachoeira da Fumaça. Turistas chegam muito próximos à beira dos 30 metros de altura da queda d’água. Não há qualquer tipo de proteção. O problema é porque a beleza natural está dentro da Usina Jaciara, de propriedade do grupo Naum.

O município já havia entrado em negociação para desapropriar a área e tombá-la como patrimônio público, mas o grupo vendeu a usina a outro grupo empresarial. Agora, a prefeitura aguarda a transação para retomar as discussões de desapropriação com os novos donos do empreendimento.

Na avaliação do prefeito do município, Ademir Gaspar de Lima, a grande dificuldade enfrentada para alavancar o turismo da cidade é a BR-364/163.

“Estamos cercados pelas 3 maiores cidades de Mato Grosso: Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, mas o problema é que as pessoas saem da Capital e não sabem a hora que vão chegar aqui e nem a que horas vão conseguir chegar em casa. O setor vai crescer mesmo após a duplicação da rodovia”.

A reportagem de A Gazeta levou cerca de 4 horas para fazer o trajeto de ida da Capital ao município. Foram pelo menos 3 paradas na estrada em razão de acidentes e por restauração da pista.

Tem que ter muita paciência, ou optar por um caminho mais longo indo por Chapada dos Guimarães, Campo Verde e Dom Aquino. O problema, neste caso, são as crateras que tomaram conta da pista da MT-344.

O prefeito disse que a duplicação do trecho entre Rondonópolis e Cuiabá esta previsto para ser concluída no segundo semestre de 2016. O trecho de 60 km da Serra de São Vicente a Jaciara já está em execução pela construtora Sanches Tripoloni.

Conforme o Ministério dos Transportes, os recursos são mais de R$ 1,6 bilhão no trecho e a data de referência do início das obras é 31 de dezembro de 2013. A obra integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2.

LEGADO DA COPA - Devido às dificuldades de trafegabilidade, o município não esperou tirar “casquinha” da Copa do Mundo em Cuiabá, mas continuou cobrando as demandas necessárias para melhorar a receptividade aos turistas. Conforme o secretário-adjunto de Turismo, Sérgio Lúcio da Silva, o município precisa de um novo portal na MT-457, a estrada-parque que leva aos balneários banhados pelo rio Tenente Amaral, além de um Centro de Atendimento ao Turista (CAT), criação do balneário municipal e a revitalização da via com mirantes. “Temos projetos protocolados na Sedtur (Secretaria de Estado de Turismo) e no Ministério do Turismo para melhorar a nossa infraestrutura e estamos esperando”.

O prefeito comentou que por meio da Copa do Mundo, o município conseguiu recurso para resolver problema histórico de falta de água na cidade, o que é uma ironia numa cidade cercada por corredeiras e uma usina hidrelétrica. “‘Nosso sistema é muito antigo e a cidade sofria com o desabastecimento. Com o recurso vamos resolver esse problema, será o maior legado ao turismo da cidade”.

A reportagem procurou a assessoria de comunicação da Sedtur, que informou a realização de cursos de condutores de guia de turismo para esportes radicais em 2013 no município, como forma de incentivar o segmento na cidade. Entretanto, não informou quais são os projetos e recursos destinados para fomentar o turismo na região.

BALNEÁRIOS - O setor de turismo em Jaciara passou a se organizar em 2000. Antes disso era mais depredatório, sem um controle de acesso. As pessoas costumavam acampar, fazer churrascos e abandonar dejetos à beira do rio, explorando a natureza da pior forma. Uma das maneiras mais comuns de aproveitar as belezas da cidade, de forma organizada, é por meio dos balneários da cidade. Espalhados ao longo da estrada parque, o turista tem que pagar para entrar.

A professora Luciana França de Moraes é sócia proprietária de 3. Ela comprou o título há muito tempo para que ela e a família se beneficiassem do privilégio sempre que quisessem e sem pagar a entrada de R$ 25, no caso do Thermas Cachoeira da Fumaça. “Sempre que surge uma oportunidade eu venho aqui. Jaciara tem a vantagem de que essas belezas estão há 5 minutos do município”.

Ela admite de que apesar dos pontos positivos, muita coisa precisa melhorar. “O atendimento nos balneários menores fica a desejar, o cardápio ainda é muito empobrecido. Precisamos de uma maior divulgação e mais indicação para que as pessoas visitem a cidade”.

A guia de turismo Nélida Maneiro foi a precursora do rafting na cidade. Funcionária pública e dona de uma agência de turismo, ela conta que a ideia de explorar o produto partiu de um canoista gaúcho que foi a cidade há 16 anos. “Eu tinha uma agência e não tinha produto e ele tinha produto e não tinha agência e resolvemos nos unir”.

Antes ela fazia apenas trilhas e visita ao Vale das Perdidas, onde há desenhos rupestres datados entre 4 mil a 5 mil anos. Por meio de Nélida, muitos instrutores de rafting foram formados. A última turma foram de 28 profissionais. “Agora esperamos que o rafting seja normatizado e profissionalizar ainda mais a exploração dos esportes radicais”.





Postar um novo comentário





Comentários

Comente esta notícia








Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet