A juíza Alethea Assunção Santos, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, determinou que a defesa de um integrante do Comando Vermelho suspeito de ser laranja de Paulo Witer Farias Paelo, o WT, tesoureiro da facção, se manifeste em uma ação por conta do suposto descumprimento de medidas cautelares. Cleyton Cesar Ferreira de Arruda foi um dos alvos da Operação Apito Final, deflagrada em abril de 2024, e teria rompido a tornozeleira eletrônica.
A Operação Apito Final, deflagrada no início de abril de 2025 pela Polícia Judiciária Civil (PJC), desarticulou um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que movimentou R$ 65,9 milhões em dois anos. Ao todo, 54 mandados judiciais foram cumpridos, sendo 25 de prisão e 29 de busca e apreensão.
As forças de segurança também promoveram o sequestro de 45 veículos e o bloqueio de 25 contas bancárias da organização criminosa em Cuiabá, Chapada dos Guimarães, São José dos Quatro Marcos e Maceió (AL). O alvo principal da operação era Paulo Witer Farias Paelo, apontado como líder do esquema e tesoureiro do Comando Vermelho.
Ele foi preso quando participava de um jogo de futebol em Maceió junto a outros três suspeitos de integrar a organização. De acordo com a manifestação, assinada pelo promotor Francisco Gomes de Souza Júnior, alguns dos suspeitos teriam cometido violações graves em relação ao monitoramento, como o rompimento da tornozeleira, detecção de corpo estranho e de metal, além da ausência de sinal de GPS.
Um dos que teve a conduta apontada pelo órgão ministerial foi Cleyton Cesar Ferreira de Arruda. De acordo com uma petição do Ministério Público de Mato Grosso, consta o registro de rompimento da cinta por mais de 23 horas entre os dias 16 e 17 de fevereiro, situação essa que evidencia, segundo o órgão ministerial, comportamento deliberado em frustrar o sistema de monitoramento eletrônico, motivando assim o pedido de prisão preventiva do suspeito. A magistrada, então, determinou que a defesa apresente justificativa nos autos para o descumprimento.
“O Ministério Público requereu a decretação da prisão preventiva do réu Cleyton Cesar Ferreira de Arruda, sustentando que houve o descumprimento de medidas cautelares. Deste modo, considerando o requerimento ministerial e a fim de garantir o contraditório e a ampla defesa, intime-se a Defesa do réu Cleyton Cesar para que apresente justificativa acerca do suposto descumprimento das medidas cautelares”, diz a decisão.