O Tribunal do Júri condenou cinco réus a mais de 80 anos de prisão por tortura e assassinato de Rean Kalel Vilasboas Andrade, de 17 anos, em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, em 2022. O julgamento foi realizado no dia 5 de maio deste ano e teve a decisão divulgada nesta semana.
O Conselho de Sentença reconheceu que os acusados mataram o adolescente por motivo torpe, utilizando fogo e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Foram condenados por homicídio qualificado e por integrarem organização criminosa:
Amilton Alexandre Alves da Silva: 15 anos e seis meses de prisão;
Ângelo Suquere Nogueira: 18 anos e seis meses;
Norivaldo Cebalho Teixeira: 32 anos, um mês e 10 dias.
Os três iniciarão o cumprimento em regime fechado e não poderão recorrer da sentença em liberdade.
Também foram condenadas:
Laryssa Brumati da Silva: 18 anos de prisão em regime inicial fechado, por homicídio triplamente qualificado. Ela poderá recorrer em liberdade;
Evylin da Silva Peres: seis meses de prisão em regime inicial aberto, por fraude processual.
Outros cinco réus respondem pelos crimes em outros processos, que foram desmembrados, segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
Conforme a denúncia do MPMT, a morte de Rael após um "decreto" resultante de uma disputa entre facções pelo monopólio das atividades criminosas na cidade.
Entenda o caso
O corpo de Rean foi encontrado carbonizado em uma região de mata, no dia 16 de março de 2022. Segundo a Polícia Civil, a mãe de Rean registrou um boletim de ocorrência e informou o sumiço do adolescente. Ela disse aos policiais que ele recebeu ligações constantes e saiu de casa a pé.
Por volta de 1h, um amigo do adolescente recebeu uma mensagem da polícia informando que Rean havia sido sequestrado, e que o amigo deveria tentar contato com ele para ver se estava em casa. O amigo não conseguiu respostas e ligou para a mãe de Rean. Ela tentou ligar para o filho, mas o celular estava desligado.
Um outro amigo do adolescente recebeu uma mensagem que dizia que Rean estava na casa da namorada dele e que estava tudo bem. Após algumas horas, a Polícia Civil encontrou o corpo de Rean. De acordo com os policiais, ele foi torturado e depois incendiado.
A denúncia do MPMT afirma que a vítima teve 80% do corpo queimado, além de politraumatismo. Rean foi atraído mediante dissimulação, levada sob o pretexto de um falso interesse afetivo para um suposto encontro amoroso. Ele foi amordaçado e teve os pés e mãos amarrados.