Internado na Unidade Intensiva de Tratamento (UTI) do Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande, após intervenção da Defensoria Pública de Mato Grosso, com pneumonia e suspeita de quadro grave de infecção no cérebro, o morador de Lucas do Rio Verde, R. F. P. dos S., oito anos, e sua mãe, Andressa dos Santos, aguardam a visita de um neurologista para avaliar a extensão do problema e o tratamento. R. veio para Várzea Grande de UTI aérea, na noite de terça-feira (6/7), após a defensora pública Josiane Alves Barros, protocolar uma ação de obrigação de fazer, na Justiça, com pedido de urgência, para atender a criança.
Ela conta que R. deu entrada no Pronto Socorro de Lucas do Rio Verde na madrugada de segunda-feira (5/7) com febre, diarréia, vômito, convulsão e cefaléia. No local, ele foi sedado e passou a receber ventilação mecânica, após ser entubado. Paralelo a isso, os exames indicaram que ele tinha pneumonia por broncoaspiração e meningoencefalite, inflamação do cérebro e meninges, e que precisava de uma UTI com urgência.
Na ação, a defensora informa que os médicos caracterizaram o caso de R. como sendo grave, com riscos de gerar sequelas sérias e permanentes ou mesmo, de evoluir para óbito, caso ele não recebesse atendimento adequado numa estrutura de tratamento intensivo. Diante da informação, Josiane acionou a Justiça, e no dia seguinte, conseguiu a liminar, que determinou ao Município de Lucas do Rio Verde e o Estado, que viabilizassem a transferência da criança. “A maior dificuldade foi conseguir um leito adequado para o caso dele. Em Colíder tinham duas vagas, mas elas não tinham ventilador. Na Santa Casa de Cuiabá também tinha vaga, porém, sem respirador. Houve uma tentativa de empréstimo do ventilador que estava sendo utilizado aqui no Hospital de Lucas, mas não foi possível. Por isso, só na parte da tarde conseguimos a vaga em Várzea Grande. E só 48h depois de entrar no sistema de regulação, ele foi transferido”, relata a defensora.
A mãe de R., Andressa, informa que trabalha como operadora de caixa e o filho fica a maior parte do tempo aos cuidados da sogra. Ela relata que há sete dias a criança apresentou febre. Na ocasião, ela disse que procurou um Posto de Saúde e lá, ele foi medicado. Posteriormente ele passou a ter também diarréia e vômito e ela buscou ajuda na farmácia. E que a criança foi internada no Hospital, quando passou a ter convulsões. “Eu estou preocupada porque até agora nenhum médico veio falar nada sobre o estado dele. Veio uma pediatra, fez um monte de perguntas de como tudo aconteceu e disse que ia avaliar o caso a partir dos exames feitos, mas não retornou. O que me alivia é que ele está sendo bem cuidado, está tomando os medicamentos certinhos e que graças à Defensoria, os jornais locais e outras autoridades, conseguimos essa vaga”, disse Andressa.
A defensora informa que após conseguir a vaga e transferência, a preocupação da Defensoria Pública agora é que R. seja tratado o quanto antes, de forma adequada à gravidade do problema. “Estamos em contato permanente com a família e recebendo informações que nos permitem acompanhar o caso e o tratamento que está sendo dado”, informou.
A liminar que garantiu a vaga, a transferência e o tratamento foi dada pelo juiz plantonista de Lucas do Rio Verde, Hugo José Freitas.