O juiz da Quarta Vara Federal do Pará, Antonio Carlos Almeida Campelo, revogou a prisão temporária do advogado de Cuiabá, Leandro Alves Martins Jacarandá, detido na última quarta-feira (18) durante a 'Operação Reditus'. A ação foi segunda fase da 'Operação SOS', deflagrada pela Polícia Federal com objetivo combater desvio de recursos públicos na Saúde por meio da contratação de organizações sociais para gestão de hospitais públicos no estado do Pará.
Leandro foi detido no condomínio San Marino, localizado nas imediações da MT-251, saída para Chapada dos Guimarães. Ele é apontado como sócio de uma das empresas investigadas pela Polícia Federal.
Além de Leandro, também foi revogada a prisão temporária de diversos investigados. São eles: Adriana Michels Ferreira, Luciano Colicchio Fernandes, Adriano Fraga Troian, Haroldo Dalazoana Afonso Durães, Mariana Yoshio Issa, Marlúcia Vieira de Sousa Machado, Moacyr Francisco Neves Braga, Evanie Figueiredo de Macedo Garcia, Carlos Evandro Pontes Pinto Junior, Waldir Raimundo de Oliveira Brito Junior, Margareth dos Santos Brito, Lúcia de Fátima do Nascimento, Raimundo Teixeira de Macedo, Jackson Caldas Pinto e Walber Junior de Araujo Silva, Carlos Henrique Chagas, Viviane Cristina Ribeiro Moura, Ivone Valle Coca Moralis, Osvaldo Coca Moralis, Lucinéa Eugênio da Silva Boldarini, Lucas Henrique Boldarini, Lucas Rodrigo Oliveira Viana, Yasmin da Silva Lopes, Bruno Alberto Duarte Barbosa, José Cloves Rodrigues, Jacqueline de Moura Avelar e Janaína Reis.
A OPERAÇÃO
O objetivo desta fase da operação foi esclarecer fatos relacionados aos crimes de organização criminosa e lavagem de capitais apontados no decorrer das apurações. Cerca de 400 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União, cumprem 95 mandados de busca e apreensão, 54 mandados de prisão temporária e seis mandados de prisão preventiva, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal, nos estados de Mato Grosso, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Os contratos investigados ultrapassam R$ 1,2 bilhão e envolvem quatro organizações sociais, cinco hospitais regionais e quatro hospitais de campanha montados para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com as investigações, o governo estadual efetuava repasses de verba às Organizações Sociais contratadas e estas subcontratavam outras empresas para prestarem serviços nas unidades de saúde geridas pelo grupo criminoso, prática conhecida como “quarteirização”.
Depois disso, os serviços subcontratados eram superfaturados ou nem sequer eram prestados, permitindo que a verba que deveria ser destinada à aquisição de bens ou serviços retornasse para os integrantes da organização criminosa por meio de um complexo esquema de lavagem de dinheiro.
Além dos mandados de busca e apreensão e prisão, foi determinada a suspensão das atividades de duas empresas utilizadas para lavagem de capitais, o sequestro de bens móveis e imóveis pertencentes ao principal operador financeiro do esquema, avaliados em mais de R$ 150 milhões, bem como o bloqueio de valores presentes nas contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas investigadas que, somados, podem alcançar mais de R$ 800 milhões.