O juiz da 5ª Vara Criminal de Várzea Grande, Luís Augusto Veras Gadelha, manteve a prisão de Ricardo Batista Ambrózio, 44 anos. Ele é considerado como o vice-líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) fora dos presídios paulistas, em audiência de custódia nesta sexta-feira (04).
Segundo denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco-SP), "Perfume" exercia a função de “sintonia final da rua” de uma facção criminosa, sendo considerado o principal responsável pela liderança da organização fora do sistema prisional paulista. A prisão ocorreu na noite de quinta-feira (03), após troca de informações entre a Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) e a Delegacia de Estelionato.
Ao manter a prisão do faccionado, o magistrado destacou a necessidade de "garantir a ordem pública", evitar novos crimes e assegurar o andamento das investigações. Ressaltou ainda que a liberdade provisória seria “inadequada e insuficiente”, considerando a alta periculosidade e a reincidência de Perfume no mundo do crime.
Ele estava foragido há 10 anos. O juiz ordenou ainda que o Sistema Penitenciário de Mato Grosso deve providenciar um local adequado para manter o preso, levando em consideração a gravidade dos crimes e sua influência dentro da facção.
Ele também não deverá ficar junto a presidiários de facções rivais, como o Comando Vermelho (CV). "Pelo exposto, nos termos do art. 310, inciso II c/c o art. 311 e 312, todos do Código de Processo Penal, converto a prisão em flagrante delito do acusado Ricardo Batista Ambrózio, em prisão preventiva. Expeça-se o competente Mandado de Prisão, pelo BNMP, encaminhado-o para imediato cumprimento. Aguarde-se a conclusão do Inquérito Policial, pelo prazo máximo de dez dias contados do flagrante", diz a decisão.
02 DO PCC
Ricardo é conhecido pelos vulgos Perfume, Kayak ou Kaíque, e respondia ações com Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, maior líder do PCC no país. Ambrozio e alguns familiares usavam documentos falsos e moravam numa casa no bairro Costa Verde, onde a PC apreendeu ainda uma BMW, um Ônix e uma Hilux. A esposa dele, por exemplo, se passava por pastora de uma igreja evangélica.
Ele foi preso num mercado em Várzea Grande. Perfume morava numa casa no Costa Verde. Por fora, a residência parecia simples, mas por dentro o ambiente era requintado, com piscina. A investigação, que se iniciou após a comunicação da Politec sobre inconsistências nas segundas vias de documentos de identidade, conseguiu localizar o suspeito, que estava escondido em Mato Grosso desde 2013 utilizando documentos falsificados.
A prática fraudulenta também foi adotada por sua esposa, de 32 anos, e seus dois filhos, de 12 e 15 anos. No local, as equipes policiais apreenderam uma pistola com a numeração raspada, três veículos automotores e diversos aparelhos celulares. Sua companheira também foi autuada em flagrante pelo crime de uso de documento falso.