Cidades Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 19h:25 | Atualizado:

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BRECHAS DA LEI

Justiça solta 4 PMs ligados à morte de advogado e falso confronto

Eles foram denunciados por fraude processual

BRENDA CLOSS
Da Redação

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O juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, concedeu liberdade provisória aos quatro policiais militares denunciados pelo envolvimento no homicídio do advogado Renato Nery, além de uma tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo, fraude processual e participação em organização criminosa em outro caso. Decisão foi proferida na tarde desta quinta-feira (29). 

São réus na ação penal os policiais Wekcerlley Benevides de Oliveira, Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso e Wailson Alesandro Medeiros Ramos, denunciados pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) no âmbito da Operação Office Crimes - A Outra Face, que investiga o assassinato do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional MT, Renato Nery. Dos quatro, apenas Wekcerlley acionou o jurídico da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (ACS.PM/BM-MT).

Eles respondem pelos crimes praticados, segundo a denúncia, contra Walteir Lima Cabral (homicídio consumado) e Pedro Elias Santos Silva e Jhuan Maxmiliano de Oliveira Matsuo Soma (tentativas de homicídios).  Os quatro policiais foram denunciados por fraude processual — por alteração da cena do crime para simular um confronto armado — e abuso de autoridade.

O crime ocorreu em 12 de julho de 2024, no Contorno Leste, próximo ao bairro Pedra 90, em Cuiabá. Os militares alegaram confronto armado, mas a investigação revelou que as vítimas estavam desarmadas e que a cena foi manipulada.

Segundo a denúncia, Pedro, Walteir e Jhuan haviam roubado um veículo e, durante a perseguição policial, foram atingidos por disparos. Walteir foi perseguido e morto, Pedro foi alvejado no peito e Jhuan conseguiu fugir. A arma utilizada pelos policiais foi apreendida, e a perícia constatou que ela também foi usada no assassinato do advogado Renato Gomes Nery. 

Além do quarteto, PM Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva também foram denunciados. Alex e Heron planejaram o assassinato do advogado, monitorando sua rotina antes da execução. 

Na decisão, o magistrado destacou que, embora os fatos sejam "de inegável gravidade — inclusive pela suposta participação de agentes públicos no cometimento dos crimes", não há, no momento processual, "qualquer elemento novo ou fato superveniente que demonstre risco atual decorrente da liberdade dos acusados".

Joao Vieira

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A prisão preventiva havia sido mantida até então por decisão anterior, mas as defesas argumentaram que os réus são primários, possuem bons antecedentes, residência fixa, ocupações lícitas e colaboraram com as investigações. O juiz acatou os argumentos ao considerar que "as finalidades da prisão podem ser plenamente atendidas por medidas cautelares menos gravosas".

“Diante do exposto, revogo a prisão preventiva de Wekcerlley Benevides de Oliveira, Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso e Wailson Alesandro Medeiros Ramos, concedendo-lhes liberdade provisória mediante o cumprimento de seguintes medidas cautelares”, determinou o juiz.

Os policiais foram colocados em liberdade mediante cumprimento das condições como apresentação de relatório trimestral das atividades laborais, com escalas de serviço; proibição de manter contato com vítimas e testemunhas e recolhimento domiciliar noturno, das 20h às 6h, e integral nos dias de folga, exceto por motivo de força maior ou comprovado trabalho.

O CASO - Renato Nery tinha 72 anos quando foi assassinado a tiros no dia 5 de julho de 2024, na frente de seu escritório, em Cuiabá. O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas após o procedimento médico.

Desde a ocorrência do homicídio, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do profissional. As investigações da DHPP apontam a disputa de terra como a motivação para o homicídio de Renato Nery.

As investigações da DHPP identificaram o casal de empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, de Primavera do Leste, como mandante do crime. A motivação do crime foi uma disputa de terra. Nesta semana, uma nova fase a operação Office Crime foi deflagrada com a prisão do jornalista Cláudio Natal, alvo de um mandado de busca e apreensão relacionado às investigações do assassinato do advogado.

Na casa dele, no condomínio Solar das Torres, no bairro Santa Cruz, investigadores da Polícia Civil encontraram dezenas de munições, de calibres 12, 38 e 40. A prisão em flagrante foi efetuada por causa das munições, crime passível de fiança. Ele pagou R$ 7,5 mil e deixou a prisão. Documento obtido pelo FOLHAMAX, descreve Natal como "blogueiro criminoso já condenado" e "grampeador", associado a um grupo que incluía médicos, grileiros e advogados suspeitos de manipular ações judiciais. 





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Comentários (7)

  • Willian

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 09h12
  • Tem gente do judiciário envolvido/ a tendência é não dar em nada/ é vida que segue
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  • Ana Carla

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 09h08
  • Misericórdia, é por essas e por outras que a polícia militar está sem credibilidade, eu tenho é medo, imagina o risco que a população está correndo com esses criminosos a solta, que a primeira coisa que eles fazem é pegar uma arma de fogo! Se olhar tordo ou pisar no pé já pode ser morto e alegam que foi confronto. Jesus amado nos acode! Se essa instituição não passar por uma depuração, não sei o que será da sociedade, porque quem era para nós passar segurança tem nos deixado é cada dia mais com medo, amedrontado das barbaridades e crimes que estão envolvidos. Uma instituição carcomida e apodrecida em suas entranhas pôr criminosos!
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  • Fidedigno

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 07h30
  • Viiixe. Mas já? O crime compensa mesmo ein?
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  • Mato grosso

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 05h49
  • As instâncias superiores precisam caçar urgente essa decisão
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  • Cuiaba

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 05h48
  • MISERICÓRDIA.......QUE ABSURDO
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  • Roberto Correa

    Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 21h33
  • Nosso judiciário está corrompido, este mundo não tem jeito, bandidos soltos e nos enjaulados, até quando isso vai ser assim.
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  • Antônio

    Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025, 20h21
  • Brasil.......
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