Mais de um ano após o governo do Estado anunciar que ia cortar o Portão do Inferno e desativar trecho da rodovia MT-251, as obras no local seguem em ritmo lento e sem previsão de término. Ao anunciar que havia decidido pelo retaludamento de encostas, que consiste na retirada do maciço rochoso do paredão do Portão do Inferno, e criar uma nova rota para desviar do trecho mais crítico, em março do ano passado, afirmando que essa era a alternativa mais viável e rápida, o governo informou que a empresa teria 120 dias para concluir os trabalhos.
As obras iniciaram oficialmente no dia 28 de agosto do ano passado e, oito meses depois, pouca coisa avançou. Apenas os serviços preliminares de monitoramento, limpeza da vegetação no entorno do morro para implantação de acesso no canteiro de obras, e a montagem de barreiras dinâmicas, para conter deslizamentos de terra e quedas de rochas, foram realizados. Reportagem de A Gazeta esteve na obra nesta terça-feira (6) e constatou que não havia maquinário pesado em operação.
Cerca de 10 trabalhadores estavam em atividade. Parte da equipe, composta por engenheiro, arqueólogo, geólogo e outros profissionais, da empresa Lotufo Engenharia e Construções, responsável pela execução da obra, estava em cima do morro realizando estudo da área, e a outra equipe acompanhava o serviço na parte de baixo. Segundo os trabalhadores, a fase ainda é de estudo da área e, até o momento, não há previsão ou qualquer ordem para iniciar o processo de cortes no paredão e retirada das rochas.
Durante o período chuvoso, a assessoria da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) afirma houve avanço em serviços que poderiam ser realizados sem riscos devido às questões meteorológicas, como barreiras e acessos. Segundo a Sinfra, a obra do retaludamento será continuada após o fim do período de chuvas. Inicialmente, a Sinfra cita que solicitou dispensa de licenciamento junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
No entanto, o processo evoluiu para obtenção de licenças ambientais, o que trouxe uma série de condicionantes que precisaram ser cumpridas antes da execução das obras. Além disso, destaca que a justiça chegou a suspender a obra por um período de cinco dias devido a questões ambientais, a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Estado (MPE).