A pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que já tirou a vida de 546 mil pessoas em todo o Brasil, vem escancarando o déficit de saúde pública no país, e até Estados considerados “ricos” não escapam dessa realidade. Embora Mato Grosso tendo apresentando um crescimento de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB), em 2020 – e o Brasil, no mesmo período, pontuar -1,8%, indicando uma recessão -, o bom momento da economia mato-grossense não reflete na estrutura da saúde pública, um dos setores mais sensíveis de qualquer sociedade.
Segundo informações do consórcio de veículos de imprensa sobre a pandemia do Covid-19 (formado por algumas das maiores empresas de comunicação do país, como o Grupo Globo, Folha de São Paulo e outros), Mato Grosso esta entre as quatro piores unidades federativas brasileiras quando o assunto é a cobertura da vacinação contra o coronavírus.
Com 35,09% da população tendo sido vacinada na primeira dose, Mato Grosso só esta à frente do Amapá (29,33%), Roraima (31,26%) e Pará (34,06%). O Estado do Centro-Oeste apresenta a mesma cobertura de imunização de Rondônia em relação à primeira dose, mas perde no “critério de desempate” – enquanto por aqui 16,64% dos habitantes estão totalmente imunizados, a unidade federativa da região Norte do país ostenta 21,24% de pessoas protegidas contra o Covid-19 (com duas doses, ou vacinadas em dose única, a exemplo da vacina da Janssen)
Se os 27 Estados formassem um “Campeonato da Vacina”, aos moldes do Brasileirão de futebol, Mato Grosso estaria no “Z4”, ou a “Zona de Rebaixamento”, que lista os quatro “times” com pior desempenho na competição, e que podem “cair” para a segunda divisão.
A cobertura da vacinação contra o Covid-19 em Mato Grosso mereceu críticas de Diego Xavier, epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz – que desenvolveu em conjunto com a Oxford uma das vacinas mais utilizadas contra o novo coronavírus no Brasil, a AztraZeneca. Ele observou que o Estado, por apresentar sua matriz econômica no agronegócio, principal responsável pelo PIB local destoar do nacional, deveria possuir um “serviço de saúde ágil”. “São números que preocupam porque o Estado teria a capacidade de acelerar esse processo de vacinação, já que tem recursos financeiros, derivados de sua matriz econômica, para ter um serviço de saúde mais ágil. Precisa de campanhas de maior vacinação, e eventualmente expandir o horário de vacinação, contratando equipes, abrindo posto de saúde além do horário comercial, vacinado no sábado e no domingo”, comentou ele.
A cobertura da vacinação também preocupa em Cuiabá, que segue como uma das piores Capitais brasileiras na aplicação de vacinas contra o Covid-19.
alexandre
Segunda-Feira, 26 de Julho de 2021, 11h52