Em Mato Grosso, quase 200 mil mulheres assumem a tarefa de cuidar, educar e sustentar os filhos sozinhas. Chamadas “mães solo”, a expressão é utilizada para descrever mulheres que criam os filhos sem a presença de um parceiro ou cônjuge e, em todo país, somam mais de 11 milhões.
Elas superam obstáculos e desafios diários nessa jornada, seja por escolha, abandono ou morte do companheiro. Nessa posição, chamadas de fortes, guerreiras e resilientes, na verdade são apenas mães que lutam para dar aos filhos uma vida melhor. Em homenagem ao Dia das Mães (12 de maio), o jornal A Gazeta conta a história de algumas delas.
“Mãe nenhuma deixa seus filhos passar fome, sem fazer nada, sem correr atrás. Ela move o mundo, pede, faz o que for por eles”. É assim que Patrícia Martins da Silva, 37, mãe solo há mais de 10 anos, enxerga a mulher quando ela se torna mãe. Com quatro crianças, Jhuan Christian, 13, Raymura Eduarda, 9, Rhania Vitória, 7, e Leandro, 6, afirma não ser diferente de qualquer outra mãe que luta e faria tudo pelos filhos. Ela, que teve que aprender a sustentar as crianças, reconhece que a vida de uma mãe solo pode ser muito mais desafiadora, mas lembra que com “Deus tudo é possível”.
“Eu, por exemplo, nunca me imaginei fazendo pão. Não sabia nem por onde começar, mas Deus me abençoou com uma vizinha que me incentivou, me ajudou e hoje esse é o sustento da minha casa”.
Há mais de cinco anos, em um dos momentos de dificuldades como mãe solo, a vizinha surgiu com a ideia dos pães para vender. Foi quase um mês de “treinamento”, até que se aperfeiçoou e conseguiu chegar ao resultado esperado. Patrícia lembra que contava com a ajuda dos próprios vizinhos para conseguir os ingredientes e também assar os pães. “Um me dava um pouquinho, outro me emprestava o forno e assim eu fazia os pães quase todos os dias para treinar. Tinha uns que saiam duros igual uma pedra. Todo dia meus filhos e vizinhos comiam os pães para dar a opinião”, recorda.
Foram inúmeros desafios ao longo dessa jornada e ela se recorda do dia em que já estava pronta para vender os pães e pegou todo o dinheiro que havia recebido Bolsa Família, na época R$ 156, para comprar ingredientes. Hoje, Patrícia levanta às 3h para preparar os produtos para a venda do dia e é ela mesma quem sai para vender. Garante que não há nada que possa parar uma mãe. “Se hoje eu sei o que sei, se faço os pães e sustento minha casa, isso foi possível porque Deus me abençoou, mas também por causa da minha vontade, pelos meus filhos”.
Gil
Domingo, 12 de Maio de 2024, 10h53Cidadão
Domingo, 12 de Maio de 2024, 09h49