Cidades Quinta-Feira, 06 de Junho de 2024, 19h:05 | Atualizado:

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RAGNATELA

No Whats, faccionados reclamam de prefeito após evento interditado em Cuiabá

Fiscal da prefeitura encerrou festa em junho do ano passado

Da Redação

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Investigados pela Operação Ragnatela, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MT) na manhã desta quarta-feira (5), criticaram a falta de ‘ajuda’ do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), no atendimento aos pedidos que encaminhavam ao gestor público. A informação consta em um detalhado relatório de investigação feito pelas Forças de Segurança.

Em um dos trechos de conversas envolvendo o promotor de eventos Elzyo Jardel Xavier Pires (preso durante a operação), ele aponta em tom de deboche que Emanuel Pinheiro não atendia a pedidos para influenciar atos e ações de fiscalizações ambientais e concessão de alvarás de funcionamento, em benefício das casas noturnas, shows e eventos utilizados pelo grupo para lavar dinheiro do Comando Vermelho. No trecho da conversa, que dá suporte à apuração criminal, Jardel e o investigado ‘Netinho Competition’ cogitam recorrer ao deputado estadual Beto Dois a Um (União), que é ex-secretário de Cultura, para que interferissem pela liberação de uma carreta de som que era o ‘principal atrativo’ de um baile funk promovido pela organização criminosa no dia 04 de junho do ano passado.

“A gente tem que chegar. Vou marcar com Beto uma reunião, porque isso daí atinge o Estado, o governador tem mais influência no Estado do que município, município não tá (ininteligível), EMANUEL que é um bosta, a promotora mandou... manda agora no trem entendeu, ele tá com medo dela, a verdade é essa também, entendeu?”, sic.

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) recomendou à Justiça que o alvará da festa não fosse emitida pela Secretaria do Meio Ambiente, por conta da poluição sonora. “Tal evento contou com atuação contrária do Ministério Público provocada por denúncia de moradores da região, incomodados com os altos ruídos dos shows. Segundo os áudios, o principal questionamento foi a falta de alvará emitido pela Secretaria do Meio Ambiente, atestando a conformidade com os padrões legalmente aceitos de poluição sonora”, cita o documento.

Na véspera da festa, o grupo foi surpreendido pela fiscalização, realizada por agentes que não tinham vínculo com o grupo. “Depreende-se dos diálogos que a fiscalização foi realizada por agentes não comprometidos com o esquema de favorecimento, motivo pelo qual não se obteve a licença necessária para a realização do evento. Diante de tal fato, o Ministério Público de Mato Grosso ingressou com ação judicial e obteve decisão favorável, impedindo a realização do evento”, aponta outro trecho.

A situação gerou transtorno e descontentamento entre a organização do evento, que buscaram reverter a situação através da interferência de agentes políticos da prefeitura. Em um dos diálogos, Jardel cita a intenção de entrar em contato com Emanuel e com os vereadores Marcus Britto (PV) e Paulo Henrique (PV) para pressionarem o então Secretário do Meio Ambiente, Renivaldo Nascimento (PSDB), a assinar o alvará que permitiria a realização do evento.

Instantes depois, Paulo Henrique cita que estava resolvendo a situação. “Paulo Henrique retorna a ligação para Jardel e informa que Rodrigo Leal está tentando resolver essa situação e, assim, evitar a apreensão da carreta. Informa ainda que não estava sabendo dessa fiscalização”, cita outro trecho.

No dia do evento, Leal recebe a ligação da oficial de Justiça informando da decisão judicial que autorizou a realização da festa. Contudo, a atração só ocorreu até às 23 horas, porque houve uma nova fiscalização conduzida por Gilberto Santos, fiscal da prefeitura, que resultou no encerramento do show e apreensão da carreta de som.

O inquérito cita, que, após a liberação judicial, Emanuel teria ligado para o agente da fiscalização. No entanto, o servidor não atendeu. “Destaca-se que nessa ligação Jardel informa mais uma vez que a ação fiscalizatória ocorreu por conta do fiscal Gilberto Santos e que, inclusive, o prefeito teria ligado para Gilberto, mas ele não atendeu”, cita.

Jardel se irritou com a situação. “Ele pagou de louco...você bota fé?”, disse ao se referir a Gilberto, em diálogo com um dos integrantes do grupo. Após a situação, o print de uma conversa demonstra que Jardem tinha exposto a interlocutores certa preocupação com o barulho do evento. Rodrigo Leal responde expressando que “infelizmente, se as coisas continuarem dessa forma, Cuiabá não poderá mais realizar eventos a céu aberto”. Emanuel sugere o “desejo de conversar e alinhar essa questão”.

Um dos integrantes cita estar até com “coração partido”, mas admite que o chefe do Executivo não poderia influenciar em orientações do Ministério Público. “Infelizmente, nem o prefeito consegue resolver esse trem aí. Isso que, isso que, isso que corta o coração da gente, porque a gente tá toda hora lá na Câmara, com os vereadores, com deputado, na Assembleia, você é da base do prefeito, entendeu? Aí, aí isso que parte o coração, porque a gente faz de tudo pros caras, chega na hora nem os caras conseguem resolver. É foda mano... Isso que parte o coração”, cita.

A ação policial que apura a lavagem de dinheiro para a facção criminosa e o suposto tráfico de influência levou à cadeia sete supostos envolvidos, além de resultar na apreensão de 13 automóveis de luxo, busca e apreensão em nove imóveis, suspensão de quatro bares/casas noturnas e bloqueio de 68 contas bancárias. As investigações identificaram que os criminosos participavam da gestão das casas noturnas e, com isso, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.

Ainda de acordo com as investigações, os acusados repassavam ordens para a não contratação de artistas de unidades da Federação com influência de outras organizações criminosas, sob pena de represálias. 





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Comentários (8)

  • MARIA TAQUARA

    Sexta-Feira, 07 de Junho de 2024, 09h32
  • os bandidos dizendo que mandam no governador do estado, é isso mesmo? perplexidade total
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  • Jhon

    Quinta-Feira, 06 de Junho de 2024, 23h41
  • Emanoel fala qual o santo que te protege porque todo rolo que tem na capital seu nome tá envolvido e a justiça continua cega e muda fala aí o nome desse santo pra nois mortais
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  • Paulo

    Quinta-Feira, 06 de Junho de 2024, 21h06
  • Wilson Santos avisou que estava tudo dominado. Agora temos nomes.
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  • Cristóvão Colombo

    Quinta-Feira, 06 de Junho de 2024, 20h45
  • Estrangeiro que desembarcar no Brasil e ler as notícias vai pensar que aqui só tem traficantes, milicianos, corruptos e prostitutas. Tá complicado, que fase hein Brasil
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  • Brito

    Quinta-Feira, 06 de Junho de 2024, 20h35
  • MT tá controlado pelo crime organizado. Já entraram em todos os setores. Enquanto isso, somos obrigados a ver agentes de segurança gravando vídeos cantando musiquinhas, dançando... trabalhar que é bom, nada. E tem besta que aplaude.
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  • Gordo

    Quinta-Feira, 06 de Junho de 2024, 20h17
  • Era só o que faltava. Tá certo que criminosos se entendem, mas abertamente assim? Esses caras estão esquecendo que bandido bom e bandido morto?
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  • Bird

    Quinta-Feira, 06 de Junho de 2024, 19h48
  • QUALQUER PODRIDÃO QUE OCORRA NA CAPITAL DE MT O NOME DESSE SUJEITO ESTÁ NO MEIO JÁ DISSE E REPITO EM UM PAÍS SÉRIO ESSE CIDADÃO JÁ ERA PARA ESTAR ALGEMADO E JUNTO COM SEUS CÚMPLICES
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  • emilio da costa

    Quinta-Feira, 06 de Junho de 2024, 19h27
  • Trecho revelador. Será que vão deixar divulgar mais coisas?
    17
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