Cidades Sexta-Feira, 06 de Agosto de 2021, 10h:48 | Atualizado:

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PÓ DO PANTANAL

PC-DF investiga se policial está envolvido com crimes

 

G1-DF

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A Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal abriu uma sindicância para apurar se o papiloscopista Ronney José Barbosa Sampaio transgrediu alguma norma disciplinar no caso do helicóptero encontrado com cerca de 300 kg de cocaína, em Poconé (MT), no último domingo (1°). Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave está no nome do policial.

Conforme a TV Globo adiantou na quarta-feira (4), ao todo, o policial civil é dono de cinco aeronaves, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro, fornecido pela Agência Nacional de Aviação Civil(Anac). Além do helicóptero que caiu, outras duas estão com matrícula ou certificado cancelados – outras duas estão com os documentos em situação regular.

A quantidade de aeronaves em nome do policial, que tem salário médio de R$ 12 mil, chamou atenção dos investigadores. O corregedor da Polícia Civil do DF, Adval Cardoso, disse que também vai abrir um inquérito para esclarecer "se o servidor tem ou não algum envolvimento na prática de crimes".

"Claro que causa espanto o fato de um policial ter tantas aeronaves no nome dele. A informação preliminar, de pessoas próximas é que ele estaria adquirindo aeronaves precárias, reformava e não transferia. Isso causa suspeita . O nosso dever é esclarecer e ele tem todo direito de se defender, dentro da lei. O que existe são suspeitas e não podemos permanecer a dúvida", diz o corregedor.

O procedimento corre paralelamente ao inquérito da Polícia Federal de Mato Grosso, responsável pela investigação. Segundo o corregedor, algumas testemunhas já estão sendo ouvidas e o policial também irá esclarecer os fatos no inquérito.

"É um fato de repercussão nacional e envolve o nome da nossa instituição. Se há participação dele em crimes ou houve alguma transgressão disciplinar, temos que esclarecer", diz Adval Cardoso.

Prisão de piloto

Um sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro foi preso nesta quarta-feira (4), em Mato Grosso, suspeito de ser o piloto do helicóptero encontrado com os cerca de 300 kg de cocaína, em Poconé (MT). De acordo com a Polícia Civil da cidade, Alberto Ribeiro Pinto Junior, de 45 anos, foi flagrado ateando fogo em uma vegetação, na zona rural.

Ele estava com a prisão decretada por tráfico de drogas e confessou que pilotava o helicóptero. O G1 tenta localizar o advogado dele.

Ainda conforme o delegado, o sargento não fez menção ou confessou ligação dele com o proprietário do helicóptero. "Ele não fala sobre o policial [do DF], mas disse que foi contratado sobre outras pessoas. Ele afirma que foi forçado e ameaçado para fazer o transporte da droga. Ele não estava se escondendo, quis ser encontrado", disse o delegado Mauricio Maciel Pereira Junior.

'Não comunicou a venda'

O papiloscopista Ronney José Barbosa Sampaio informou, na quarta-feira (4), que comprou o helicóptero há um ano, portanto, em 2020, e que o recibo da venda foi feito em 25 de maio de 2021. Seguindo a regra da aviação, o registro da negociação deveria ter sido feito até o dia 25 de junho.

"Eu comprei ele [o helicóptero] tem um ano mais ou menos. Mas como eu não tinha dinheiro pra arrumar o documento, eu vendi", disse Ronney.

Já a Anac aponta que o policial civil do DF adquiriu a aeronave em 30 de abril deste ano e, não, em 2020, como ele informou.

"Até o momento, o proprietário Ronney José Barbosa Sampaio não comunicou a venda de sua aeronave, matrícula PT-RMM, que deve ser feita dentro do prazo de 30 dias pelo vendedor, não pelo comprador", diz a Anac.

A reportagem tentou contato com Ronney, por telefone, mas ele não retornou as ligações. A Polícia Civil informou ainda que "não existe previsão no regime jurídico de afastamento cautelar em âmbito administrativo, somente com o pedido da Justiça. O servidor possui o cargo de papiloscopista policial e atualmente está lotado na Divisão de Trânsito (Ditran), onde exerce atividade administrativa".

O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), do MPDFT também acompanha o caso.





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