Um pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolveu um mapa para auxiliar o encaminhamento de pessoas em situação de rua em Cuiabá aos serviços públicos de atendimento. A ferramenta ficará à disposição das redes de atenção a essa população, com o objetivo de facilitar o acesso a informações sobre os serviços ofertados pelo munícipio.
O mapa apresenta a localização e referências a respeito do tipo de atendimento, como, por exemplo, centros de saúde, espaço para alimentação, albergues e acolhimento psicológico. As informações incluem os horários e contatos para assistência.
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A ferramenta integra o estudo realizado pelo pesquisador Dennys Freire sobre a territorialidade da população em situação de rua na capital.
“O mapa, por ser um georreferenciamento, enquanto geógrafo, me permite realizar diversas leituras socioterritoriais, o que proporciona reflexões sobre a produção de políticas públicas e planejamento urbano”, destaca.
O objetivo é manter o mapa atualizado sobre os tipos de serviços e programas desenvolvidos, além de referenciar outros tipos de atendimento, como, por exemplo, a Defensoria Pública.
“A proposta do mapa é auxiliar a Rede de Atenção à população em situação de rua do município, como é o caso do Fórum Pop Rua Cuiabá, que faço parte. Lá temos lideranças de pessoas em situação de rua que fazem parte do Movimento Nacional de População em Situação de Rua, Defensoria Pública, agentes de Saúde e Assistência Social do município, pesquisadores da UFMT e parte da sociedade civil. Cabe aos espaços públicos disponibilizar caminhos para ampliar a divulgação e o acesso ao mapa”, afirma o autor do estudo.
Dennys afirma que a pandemia agravou o cenário que já era complicado, já que há poucas unidades que fazem atendimento. "Um exemplo disso é o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que só tem duas unidades no município para atender toda a demanda da sociedade. Isso reflete na exclusão social de parte da população que não consegue ter acesso aos serviços. Logo, é importante repensarmos quais as mudanças necessárias para a abordagem territorial no planejamento urbano para não produzir mais exclusão”, finaliza.